sexta-feira, outubro 10, 2003

ora, ora, ora...



Intão (como diriam os paulistas), vamos às atualizações da minha vida em salvador.



elevador Lacerda




Ontem acordei cedo, 7h30, tomei meus remédios, café, banho e saí. Peguei o ônibus, deci na Piedade, caminhei até o elevador Lacerda, no caminho comprei filme fotográfico e pilhas para minha máquina. Desci o elevador e fui até o Mercado Modelo.



Passeei, olhei tooooooodos os espaços de venda de artesanato e bla bla blas. Vi algumas fitinhas do nosso senhor do bom fim sendo vendidas a 12 por X. Depois de muito andar, encontrei umas lojinhas vendendo 15 por X. Comprei, claro e fiquei tri feliz pela economia. Fui no postinho de informações turísticas que tinha ali e perguntei se a Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim era longe dali, a menina disse que sim, que teria que pegar ônibus. Como eu gosto de caminhar, perguntei qtos km eram, ela não sabia... eu queria saber qual era o conceito dela de longe. Enfim, perguntei se o mapa estava em escala pq. se assim fosse, dali até a Igreja seria uma distância menor do que da minha casa até a Piedade, e eu estou acostumadíssima a fazer este trajeto a pé. Ela então disse que não era tão longe. Perguntei quanto tempo levaria uma caminhada até lá, mais ou menos... ela titubeou... meia hora, uma hora, duas horas??? Ahhh, não leva uma hora. Ah, então beleza! Saí dali e fui passeando, caminhando, passei pelo Comércio, um bairro bonitinho, cheio de prédios comerciais, bancos, lojinhas... umas baianas de acarajé... aliás, queria comer um, mas decidi fazê-lo quando chegasse à igreja. Caminhei, caminhei... cheguei a estação do Ferry-boat (que todos chamam de férri bôt). Andei, andei, andei... cheguei na Calçaca, outro bairro interessante, e tem uma estação de trem da RRRRFFFFSSSSAAAA (entendeu, né?). Eu nem sabia que tinha trem em Salvador. Daí fui ver quais eram os trajetos, é trem urbano, funciona dentro da cidade. Ah, é trem trem, viu? Não é metrô!







Segui andando, andando.... não aguentava mais de cansaço... já haviam passado mais de duas horas que eu estava andando. Cheguei em Mares... perguntei quanto faltava para chegar a igreja, me disseram que era longe, uma meia hora a pé. Ok, meia hora até não é muito, mas eu não aguentava mais andar. Andei mais um pouquinho, até o hospital da Irmã Dulce e peguei um ônibus. Desci no Bom Fim... subi até a Igreja, já na chegada fui atacada por uns vendedores de fitinhas e santinhos e patuás e o raio-que-o-parta, e eu, toda superior e me sentindo a turista mais esperta do mundo, me achaaaando, pq. já tinha comprado baratinho as fitihas lá no mercado. Entrei na igreja, tirei umas fotinhos. Tem uma sala de graças... é muito interessante, pessoas mandam fotos, cópia de diplomas (ens. médio, graduação, aprov. vestibular, doutorado), laudos médicos, e toda sorte de coisa como forma de agradecer à graças alcançadas.


Mandam fazer em cera ou madeira ou plástico partes do corpo. Por exemplo, se a pinta tem problema nus rim, e pede ajuda pra nosso sr do bom fim, e fica boa... ela manda fazer uns rim de madeira e manda lá pra igreja. Pode parecer a sala dos horrores sendo por mim relatada, mas é bem bacana, porque é visível a questão muito forte da fé das pessoas. Claro que tem a foto do tio ACM lá nesta sala tb. Haja fé.



Todo mundo já ouviu falar da lavagem das escadarias da igreja, né? Pois é... são cerca de 3000 (sim, três mil) baianas para fazerem o troço lá... imagina o tamanho da escadaria... imaginou? Imagina beeeeem! Pois é... não tem mais do que 10 degraus. Para mim foi a total decepção.









Saí dali e fui andar numas lojinhas ao redor da igreja, então vi um cartazinho... 30 fitinhas por X. Sim, as mesmas que eu paguei 15 por X aqui custam 30 por X. Eu me senti a-turista-tonta-que-sempre-se-da-mal. Mas... não seja por isto... comprei mais fitinhas! E agora sim, vai dizer que sou ou não esperta? Nunca mais vou precisar comprar fitinhas do nosso sr. do bom fim na vida!!! Humpf.



Andei mais um pouco, entro em outras lojas, tiro umas fotinhos... tem-se uma vista bem legal da baía de todos os santos lá de cima... um cartaz numa lojinha: 32 fitinhas por X.

:-/



Tá, que qui é, hein? Eu perguntei tua opinião, por acaso????



Beeeeeeeeeeem, andei, andei, fui no horto da prefeitura... um lugar onde eles cultivam flores, plantas e vendem, e usam na urbanização da cidade. Fiquei com preguiça de ir até o Forte Mont Serrat, deixa pra outro dia. Sentei, tomei uma água de côco bem geladinho, tri bom... e fiquei de papo com uns nativos, descansando à sombra.



Dica: quando for a Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim (para cumprir o ritual turista) e quiser comprar qualquer coisa, ou precisar de informação, o que for... fale com o Marcelo, um vendedor ambulante, muito simpático e prestativo. Não, não... ai, que bobice... não estou falando com segundas intenções. Tô falando sério. Bem legal o menino, ele trabalha com isto há 17 anos... mas tem uma amiga que trabalha na Bahiatursa (a entid. de turismo local) e está tentando arranjar algo melhor... ele fala argentino, espanhol e um pouco de italiano. Pô, o cara é tão legal que vale a pena comprar um patuazinho dele, só pra ajudar!



Bem, depois cheguei em casa morta de cansaço. Tomei um banho, fiz um lanche. Minha landlady desceu aqui ontem. E anteontem (e hoje, diga-se de passagem). Pô, tô com a maior pena dela... esta evidente que ela está estressada. Ainda mais agora com o marido em casa, parado. Três filhos que não ajudam em nada em casa, e um pai doente que faz com que ela se desloque quase que diariamente em função de consultas e exames. Pra ajudar, minha housemate indo embora, é uma grana a menos que entra pra ela. Ela está a beira de um ataque de nervos. Ontem (ou anteontem) ela chegou a comentar que se arrepende de ter saído de São Paulo e vindo pra Bahia. Que a vida dela seria muito melhor lá. Hoje a gente conversou um tempão... ela disse que tem vontade de viajar. De sumir. Que o marido não procura emprego e fica em casa reclamando o tempo todo. Que saco, né? Ela é uma pessoa muito boa.



Eu estava pensando outro dia... eu tenho uma puta sorte. Bah, quando cheguei aqui foi aquele stress pra conseguir casa, teve a mãe da menina lá onde eu ia morar que me enrolou um monte (além de me humilhar) e tudo aquilo, e, em função da demora da mulher lá que acabei procurando este lugar aqui, e batendo com minha atual landlady, que é uma ótima pessoa e faz de tudo por todos que estão a volta dela. É aquele tipo de pessoa que vive sendo explorada. Minha mãe diria que foi meu anjo da guarda que fez com que as coisas dessem errado lá na outra casa. Vai ver foi.











Hoje eu dormi até tarde. Fiz comidinha... carne de panela com molho e massa + saladinha + suco de acerola. Tava uma délicia (att para o sotaque). Depois, à tardinha, ali pelas 16h... fui no hospital, tirar uma dúvida sobre a receita médica, depois passei em São Lázaro, peguei uns xérox e tava voltando pra casa quando resolvi dar uma esticadinha... fui caminhando até o shopping Barra, passeei no shopping. Sentei, tomei um capuccino light e comecei a ler um dos textos da xérox. Andei mais um pouco pelo shopping, fui até a praia...







e caminhei, com os pés na areia e dentro d´água. Hmmmmm foi um santo remédio para os meus pés doloridos, já que havia saido de Havaianas - o que não é bem apropriado para caminhar.



Peguei um ônibus, vim pra casa. Housemate já foi. Ainda tem o espelho do banheiro bem como cortina que estão aqui. Ela provavelmente voltará no final de semana para terminar de levar as coisas dela.



Espero que venha logo alguém pra cá. Não por mim, mas pela landlady. E que seja alguém legal, mais parceira, menos mimada. E, no mínimo, de tão boa, light convivência quanto era a que saiu. E que leve o lixo.



Landlady desceu aqui denovo à noite. Assistimos parte da novela juntas... ela parece estar fazendo de tudo para ficar longe de casa o máximo possível. Tadinha.



Bem, vou passar um hidratante nos pés... massageados eles já foram, pelas águas do Atlântico.



Quem diria... ixtou cóméçando a góxtar da Bahia!



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