quarta-feira, setembro 24, 2003

Tema de casa aka quem procura acha



Participaram o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos; o jesuíta e historiador Gaspar ****; o filósofo e teólogo gaúcho Pedro Picolli; e a assistente social e vereadora Aldaíza Sposati.



Gaspar ***** ****** - *******@jesuits.net (Juniorado, Porto Alegre, Brasil)







O processo de formação da Companhia de Jesus segue as diretrizes canônicas das Ordens Religiosas, acrescido de algumas peculiaridades introduzidas no tempo de Santo Inácio e aprovadas pelo Papa.



Quando já formados, os jesuítas pertencem a uma das duas classes distintas: a dos padres e a dos irmãos, com iguais deveres e os mesmos direitos no que se refere à vida religiosa e comunitária.



Os Padres exercem o ministério sacerdotal e eles são preparados dentro das exigências da Igreja, com a Faculdade de Filosofia e Teologia.



Os Irmãos exercem na Companhia de Jesus uma missão muito específica. Não se destinam ao Sacerdócio, mas através de sua formação religiosa, intelectual e profissional dão suporte e apoio à infra-estrutura e organização das comunidades, como leigos consagrados pelos mesmos votos e obrigações dos seus companheiros sacerdotes, numa mesma missão e vivência comunitária.



Independente da classe a que pertence, cada jesuíta, ao terminar o Noviciado faz seus votos particulares de pobreza, castidade e obediência, definitivos e perpétuos, que após a Terceira Provação são emitidos de forma oficial, pública e solene.



O voto de pobreza lhe dá uma identificação com Jesus Cristo, simples e pobre, com quem se identifica através de uma vivência, comunitária e pessoal, de trabalho, desprendimento e afinidade com os marginalizados e sofridos. O jesuíta abre mão de qualquer posse ou administração pessoal de bens ou recursos financeiros em proveito próprio. Tudo o que vier a receber pelo trabalho, ministérios ou herança passa a pertencer à comunidade ou tem o destino que com o Superior for combinado. Salvo o que lhe couber de direito, a Companhia não pode se beneficiar de suas obras em proveito próprio. Todo saldo ou lucro que houver deve reverter para a respectiva obra. Por sua vez, a Companhia assume e se responsabiliza por tudo o que precisar quanto aos estudos, manutenção, pensão, tratamentos etc.



Pela castidade, como os demais religiosos, não circunscreve e restringe seu afeto e sexualidade à constituição de uma família, com o exercício da paternidade e conjugalidade. Através da vinculação afetiva e efetiva a uma comunidade, como um grupo de amigos no Senhor, dedica e consagra sua vida afetiva e sexual, a um comportamento que exprime um amor universal, identificando-se com a forma de viver de Jesus.



A obediência deve ser para o jesuíta sua marca e ponto de honra: colocar-se em disponibilidade ao serviço e exercício do que, onde e quando for necessário, como sinal da vontade de Deus no contexto de um engajamento e compromisso corporativo. Supõe um discernimento de ambas as partes: do Superior que deve mandar e o Súdito que está pronto a acolher através de uma obediência inteligente e ativa, dentro de uma visão mais ampla dentro e fora da Companhia. Por isso, em todos os níveis, os superiores são assessorados por consultores oficiais que devem ajudá-los a analisar e discernir quais as melhores medidas ou atitudes a serem tomadas, seja em relação a pessoas, seja sobre atividades e obras.







Etapas da formação de um jesuíta:



Noviciado - 2 anos (iniciação na vida religiosa e comunitária).

Juniorado - 1 ou 2 anos (estudos e formação humanístico-cultural-religiosa).

Curso de Filosofia - 3 anos (formação filosófica seminarística e oficial).

Estágio (Magistério) - 1 ou mais anos (experiência ou estudos especiais).

Teologia - 4 anos, com ordenação entre o 3.° e o 4.° ano (formação sacerdotal).

Terceira Provação - um semestre - curso conclusivo de formação (depois da ordenação ou, no caso dos Irmãos, após 15 anos de Companhia).






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