sábado, setembro 10, 2005

Lutos





Quando eu tinha 8 anos, creio, minha avó morreu. Lembro que minha mãe pediu para uma amiga dela ir me pegar em casa, mais tarde ela - a mãe - me encontrou na casa da tal amiga e foi cheia de tato me dizer o que tinha acontecido. Tá, tudo bem, eu entendi. Paciência, né? Assim é a vida. Velório. Enterro. Dias, e dias, semanas se passaram até que eu me dei conta que nunca mais veria minha avó, que não havia a possibilidade, nem remota, de tê-la por perto, de viver histórias de vó que todos têm pra contar, de eu mesma não ter histórias para contar sobre minha avó. Às vezes leva mais tempo, às vezes menos tempo.

Quando dei por mim da dimensão dos acontecimentos, desabei em lágrimas que pareciam sem fim.

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Vai, abre teu coração...