quarta-feira, novembro 26, 2008

Dia do Peru





Esta semana o Samuel me disse que este ano haverá uma comemoração de dia de ação de graças em Recife. Eu pensei, nossa que absurdo! Porque eu "aprendi" na semana passada o que era "o tal" do Thanksgiving. Este será meu primeiro Thanksgiving e vou passar com a família de uma colega de aula. Então eu comentei que nem sabia qual era a razão do feriado. E o que minhas colegas explicaram é que era relacionado à colonização dos Estados Unidos, uma celebração à chegada no 'novo mundo'.

Então não faz sentido se comemorar no Brasil por algo que tenha acontecido nos EUA. E mesmo nos EUA a "comemoração", bem lá no fundo, tampouco é legal, porque desconsidera os massacres à população indígena que já habitava essas terras.

Aí estava lendo as discussões sobre a data numa comunidade do Orkut e vi uma explicação do Thanksgiving que relacionava com uns agricultores que passaram maus bocados e depois tiveram fartura e fizeram uma ceia celebrando as graças. Não se precisa conhecer muito de história pra ver que tem algo errado. Fui olhar na wikipedia. Vi que há diferentes versões para o Dia de Ação de Graças.

Nesta reportagem aqui há uma discussão sobre o mito do Thanksgiving.

Conversei com uma das meninas aqui de casa e ela disse que algumas pessoas até sabem da "verdadeira" história, mas o motivo original da comemoração acabou se perdendo e as pessoas usam a data para celebrar as boas coisas da vida e passar em família, e comer bastante, comemorar a fartura e as amizades.

A casa aqui está praticamente vazia, todo mundo viajou ou viaja hoje. Só uma das meninas que vai passar apenas a quinta-feira (dia do Thanksgiving) na casa de um amigo.

Pelo sim, pelo não... viajo hoje e vou comer bastante peru e tirar fotos. Volto na sexta-feira!

domingo, novembro 23, 2008

Pior final de semana




Este foi meu pior de semana na terra do Tio Sam. Se por um lado foi bom conversar com minha mãezinha no sábado à noite, e comer um almocinho tri bom (que eu cozinhei) no domingo, por outro foi muito ruim não produzir coisa alguma. Foi muito ruim tentar trabalhar e não conseguir. Foi particularmente ruim ter que fazer várias pequenas paradas sociais. Almocei com meus colegas Fulbright no sábado, foi bacaninha, mas ó pelo fator social. Tomei uma sopa ruim e investi um monte de tempo. Se eu estou em casa o dia inteiro, só tenho que tomar banho e ficar no meu roupão o dia inteiro. Se tenho que sair é tomar banho, me arrumar, bla bla bla, caminhar até o ponto de encontro, ficar um tempão ainda esperando os outros, depois tem mais um tempo até definir um lugar pra ir, chegar no lugar. Senta, bate papo, come, gasta dinheiro.

Ser sociável é bom, é importante, eu gosto de ver as pessoas, claro, mas me toma muito tempo.

Depois a outra coisa ruim foi ser sociável com minhas colegas de apartamento. Eu adoro elas, elas são super queridas e sou a pessoa mais sortuda da face da Terra por tê-las como colegas de casa. Mas eu estava no espírito de querer/precisar trabalhar, e elas queriam bater papo. E eu não consigo trabalhar, parar, conversar, voltar a trabalhar. Eu preciso ficar ruminando na frente do computador, e trabalhar e parar, mas ficar aqui, rondando, lendo, parando, escrevendo, parando. Daí vinha uma, depois vinha outra. E ficavam aqui de papo. E eu adoro conversar com elas, claro, elas são super fofas e divertidas, mas eu realmente queria trabalhar.

E o Samuel e suas ligações no fim do dia. A gente já conversou um milhão de vezes para ele ligar cedo, pela manhã, quando é muito mais fácil para mim, em termos de concentração, para papear ao telefone. Porque se eu parar tudo, já noite, para falar ao telefone, sinto muito, depois não volto pra estudar.

Pode parecer tudo desculpa esfarrapada de procrastinador compulsivo, mas não é. Após anos e anos estudando, eu acabei desenvolvendo este jeito meio estranho de estudar, de me concentrar, de produzir. Se o mundo inteiro resolver me interromper após às 20h, e fazer encontros após às 20h (e que comece antes das 22h, por favor!), fica ótimo, perfeito, maravilhoso. Assim eu fico com o dia inteirinho pra trabalhar "do meu jeito". Tem gente que, contrariamente, só funciona à noite. E funcionam muito bem. É uma questão de estilo, sei lá. Ou treino.

Eu só sei que eu não funciono com várias interrupções, só isso. Isso acaba comigo e eu fico me sentindo a última das criaturas, pois não consigo fazer meu trabalho andar. Agora tenho trabalho acumulado e atrasado, e bate um certo pânico. E uma das coisas que mais me irrita é pessoas dizendo "ah, mas vai ficar tudo bem", "ah, mas depois você faz", "depois você se concentra e dá um gás". Gás? Gás??? Não, se eu não consegui produzir uma porcaria de um texto com vários dias, eu não vou produzir um em apenas algumas horas. Não entendo essa lógica. Aí, claro, tem os que dizem, ah, mas eu só funcino sobre pressão. Sim, meu bem, eu também, ou acha que eu quero escrever esses artigos só pelo prazer do conhecimento? Não, tem a pressão da data para entregar e a disciplina para concluir, e a nota, e a bolsa. "Desculpa lá", para usar uma expressão de alguém que conheço, mas eu não sou uma gênia, sou bem limitadinha até. Então, eu sou lerda. Eu preciso de tempo, e toooooda a concentração do mundo.

Escrever no blog toma tempo? Verdade, mas também exorciza. Então, para eu não ser grossa com ninguém, é melhor eu ganhar (porque não acho que é perder) esse tempo aqui.

Ah, sim, para ajudar, ontem ainda passei mal à tarde, tive ânsia de vômito e dores de cabeça tarde e noite. Acho que é o calor e o ar seco. Sim, tá quatro graus negativos lá fora, mas o aquecedor aqui transforma meu quarto numa sauna, e deixa o ar muito seco. Bebo água constantemente e passo creme hidratante nas narinas. Além disso, deixo minhas janelas abertas - super desperdício de energia, diga-se de passagem. Então acho que foi isso que me fez ficar enjoada ontem. Fiquei bem tontinha mesmo. Nunca desmaiei na vida, mas acho que a sensação de desmaiar passa perto das vertigens que senti ontem.

Oh, well... agora que já desabafei, já jantei, já vi tv e já bebi um vinho, me sinto bem melhor, e feliz pelo final de semana.

Vai entender...


quarta-feira, novembro 19, 2008

Cala a boca, Magda!

Compatriotas





Antes de vir para cá troquei emails com um colega bolsista que também viria para a mesma faculdade que a minha. Quando cheguei na cidade, fui comprar umas coisas básicas no supermercado aqui na frente de casa e, conversando com a dona do lugar, descobri que esse colega havia desembarcado também naquele dia e tinha feito compras por ali também. Vim pra casa e mandei email pra ele, comentando o fato. Mas ele nunca respondeu. Depois, nas milhares de sessões de orientação, cheguei a vê-lo um dia, quando chamaram para os alunos do Brasil se levantarem, e apenas nós dois nos levantamos. Tentei falar com ele, mas o menino havia sumido. Ok. Depois, numa recepção lá no quarteirão das Nações Unidas, no prédio chique da Fulbright, encontrei outros brasileiros: uma menina super bacana, do Rio (eu amo cariocas), e um menino que nem sei de onde é, visto que conversamos muito rapidamente. Não sei qual é o babado com os brasileiros aqui, não consigo manter contato com nenhum! Fora a Laura, e uma outra menina do Facebook, ah e uma outra do Orkut. Aliás, as brasileiras não ficam muito de frescura.

Enfim, daí, lá na Fulbright, a Laura me apresentou pro colega esse que estuda na mesma faculdade que eu. Oi, oi. Ok. Depois eu estava conversando com um outro menino não sei de onde e veio o colega esse e perguntou:

- Oi, estou procurando a Katemari, ela é brasileira também.
- Eu apontei pro meu crachá e disse, eu sou Katemari, nós já fomos apresentados.
- Não, a Katemari que eu estou procurando é japonesa.
- Ah, tá bom.

Sabe como é né gente, tem muita Katemari no Brasil. Nomezinho comum...

Comentários "aleatórios" no orkut:

Sobre as comemorações nas ruas do Harlem após a vitória do Obama:
Nao acredito que perdi essa festa! Vi da televisao e fiquei com muita preguica e confesso com um pouco de medo de sair de casa.


Sobre a localização de uma loja:
eu moro em Newark...essa loja ABC ,fica perto da Penn station aqui de Newark ... vc pega o metrô no aeroporto de Newark e desce aqui na Penn station ...sai na Ferry street , andando sempre do lado esquerdo da Ferry , passa em frente do walgreens e segue ...qualquer dúvida , pergunte a qualquer pessoa na rua , a maioria do pessoal daqui são hispanos e brasileiros ... no ABC , vc compra casacos a partir de 30 dólares, conjuntos de roupas térmicas por 5 dólares , luvas 0,99 centavos , conjunto de luvas +cachecol + gorro por 6 dólares ... vale conferir também as lojas : Easy picky e National ...confira as ofertas nos malls de Elizabeth e Jersey city , rota 21 ...se vc se animar vá à dowtown de Newark, que tem muitas lojas , mas fica na região dos negros e p/ vc andar por lá bom sozinha , pode ser perigoso ...bom , espero ter ajudado ...


Sobre segurança em Nova Iorque:

-Não andar acima da 100th st...
-Evitar de pegar metrô depois de 0hr...
-Depois de 0hr só taxi ou apé...
-Cuidado com Downtown depois das 19hrs, fica deserto...
-Cuidado com Chinatown de dia com pequenos roubos, e anoite nem pensar....
-Cuidado com latinos, principalmente porto riquenhos, cubanos...
-Se tu tiver sozinha, e tiver um grupo de negros reunidos, fazendo bagunça, Jamais passe por eles..
-Não vai andar no central park anoite...
-Não encare, pessoas mal encaradas em estações de metrô ou no próprio vagão!
-Não dê bola pra pessoas que vierem conversar contigo do nada, corta!!
-E pra evitar problemas, não toque nos americanos...




ONDE ESTÁ O RACISMO?
- Escuta aqui, ó criolo…
- O que foi?
- Você andou dizendo por aí que no Brasil existe racismo.
- E não existe?
- Isso é negrice sua. E eu que sempre te considerei um negro de alma branca… É, não adianta. Negro quando não faz na entrada…
- Mas aqui existe racismo.
- Existe nada. Vocês têm toda a liberdade, têm tudo o que gostam. Têm carnaval, têm futebol, têm melancia… E emprego é o que não falta. Lá em casa, por exemplo, estão precisando de empregada. Pra ser lixeiro, pra abrir buraco, ninguém se habilita.
Agora, pra uma cachacinha e um baile estão sempre prontos. Raça de safados! E ainda se queixam!
- Eu insisto, aqui tem racismo.
- Então prova, Beiçola. Prova. Eu alguma vez te virei a cara? Naquela vez que te encontrei conversando com a minha irmã, não te pedi com toda a educação que não aparecesse mais na nossa rua? Hein, tição? Quem apanhou de toda a família foi a minha irmã. Vais dizer que nós temos preconceito contra branco?
- Não, mas…
- Eu expliquei lá em casa que você não fez por mal, que não tinha confundido a menina com alguma empregadoza de cabelo ruim, não, que foi só um engano porque negro é burro mesmo. Fui teu amigão. Isso é racismo?
- Eu sei, mas…
- Onde é que está o racismo, então? Fala, Macaco.
- É que outro dia eu quis entrar de sócio num clube e não me deixaram.
- Bom, mas pera um pouquinho. Aí também já é demais. Vocês não têm clubes de vocês? Vão querer entrar nos nossos também? Pera um pouquinho.
- Mas isso é racismo.
- Racismo coisa nenhuma! Racismo é quando a gente faz diferença entre as pessoas por causa da cor da pele, como nos Estados Unidos. É uma coisa completamente diferente. Nós estamos falando do crioléu começar a freqüentar clube de branco, assim sem mais nem menos. Nadar na mesma piscina e tudo.
- Sim, mas…
- Não senhor. Eu, por acaso, quero entrar nos clubes de vocês? Deus me livre.
- Pois é, mas…
- Não, tem paciência. Eu não faço diferença entre negro e branco, pra mim é tudo igual. Agora, eles lá e eu aqui. Quer dizer, há um limite.
- Pois então. O …
- Você precisa aprender qual é o seu lugar, só isso.
- Mas…
- E digo mais. É por isso que não existe racismo no Brasil. Porque aqui o negro conhece o lugar dele.
- É, mas…
- E enquanto o negro conhecer o lugar dele, nunca vai haver racismo no Brasil. Está entendendo? Nunca. Aqui existe o diálogo.
- Sim, mas…
- E agora chega, você está ficando impertinente. Bate um samba aí que é isso que tu faz bem.
Luís Fernando Veríssimo, 14 de Maio de 1975

sexta-feira, novembro 14, 2008

Ordem natural



Tio Obama se formou na turma de 1983 na Columbia University e foi o primeiro ex-aluno da universidade a ser eleito presidente dos Estados Unidos da América.

Eu vou me formar (espero, né) na turma de 2012 na Columbia University. Será que serei eleita a primeira presidenta negra da República Federativa do Brasil?

Amish




Este final de semana vou para Lancaster, na Pensilvânia, onde fica a maior população Amish do mundo. Então se eu sumir, se eu desaparecer, se evaporar, vocês já sabem...

quarta-feira, novembro 05, 2008

Onze de setembros






Vale a pena assistir este vídeo. Se a sua conexão for lenta, aperta no play e em seguida no pause, deixa o vídeo carregar e depois aperta no play novamente, assim o vídeo não fica parando e toca direto.



Outro dia assisti um documentário super interessante, também sobre o 11 de Setembro. Um outro 11 de Setembro. Ou melhor, um 11 de Setembro visto de outras perspectivas. O nome do filme é Divided we fall e se você tiver a oportunidade de assistir, não perca!

O filme fala sobre o que é ser "americano", quem conta como "americano" e quando. E fala também da vida dos Sikhs após os ataques às torres gêmes em Nova Iorque.

Festa da democracia



Gente, adorei este negócio de eleição nos Estados Unidos.

Aqui votar não é obrigatório, então rolam várias campanhas para estimular as pessoas a votarem, para não esquecerem de votar e tal. Não é feriado nem nada, é um dia "comum".

Mas tem umas coisinhas interessantes, como várias distribuições de coisas de graça. A Starbucks, por exemplo, distribuiu café de graça para quem pedisse. A Ben & Jerry's, sorvete. Um sex shop no West Village estava distribuindo vibradores. Teve donuts, hamburguer etc.

Eu, a Sarah e a Jackie fomos para a Ben & Jerry's aqui perto de casa, comemos sorvetinho e depois passamos na Starbucks para um café na faixa.

Então viemos pra casa e ficamos acompanhando o resultado das eleições via internet e tv. Aí, de repente, não mais que de repente, fechou um estado, o mapa ficou azulzinho (azul é democrata, vermelho é republicano; Obama, McCain). Parênteses: no programa pré-acadêmico em Miami eu tive aulinha sobre o sistema eleitoral estadunidense e ele até faz sentido. Então foi bem legal acompanhar a apuração. Fecha parênteses. Então, quando ficou azulzinho (não lembro que estado foi), era virtualmente impossível o Obama perder, porque certamente a Califórnia seria Democrata, e a Califórnia representa 55 delegados, o que já seria suficiente para somar os 270 delegados necessários. Então a gente, hein? Porque a gente viu pela internet primeiro, o estado ficando azul e o número de delegados subindo. Aí foi aquilo, ué, mas então ele ganhou? E daí 1 minuto depois a CNN na tv começou a falar que o estado esse tinha ficado azul e então o Obama tinha ganhado as eleições e tal.

E foi uma euforia geral, e daí a gente resolveu sair pra rua. Eu moro entre o Upper West Side e o Harlem. Bem bem entre os dois, o bairro se chama Morningside Heights. Então andamos umas poucas quadras e estávamos no coração do Harlem. E foi muito emocionante. TODO mundo estava saindo de casa! As ruas foram tomadas. Gente das janelas gritava. As pessoas na rua gritavam. Formou-se uma gigante multidão. Trocentos policiais apareceram para organizar o trânsito e todo o resto. Os carros buzinavam. As ruas foram fechadas por gente. E são ruas largas.

Tinha um telão na rua e ficamos assistindo os comentários. O governador de NY estava lá, tinha um palco, ele falou. E depois, o discurso da vitória. O Obama, no telão falou, e a galera enlouqueceu. Foi muito, muito bonito. As pessoas choravam. Homens, mulheres. Uma senhora asiática perto de mim tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. Foi uma cena interessante, ela, no meio da multidão negra, chorava emocionada. Senhores de mais idade, senhoras de cabelos grisalhos, todos de olhos vermelhos.

Jovens andando pelas ruas e gritando "Yes, we can!". Aliás, todo mundo gritava, pulava, abraçava, batia na mão. Foi bem bacana. Muito melhor do que halloween, meu bem!

Só é uma pena que não fui pegar o vibrador...

Fotinhos? Aqui!

Intervalo



Nem dá para acreditar, minhas últimas semanas têm sido de uma pessoa normal. Ou vadia, mesmo. Antes eu tinha tanta coisa pra fazer, taaaaaaaanta, eram tantos os 'temas de casa' e volume de leitura, e tudo, e agora a coisa simplesmente diminuiu. Pós mid-terms as coisas ficaram bem melhores.

Agora (10 de novembro, quando escrevo este texto) é que as coisas ficarão corridas novamente, mas as duas últimas semanas foram bem tranquilinhas. Foi bom.

Participei de um coquetel super bacanex na New-York Historical Society. O coquetel foi em homenagem a nós, bolsistas Fulbright. Vários dos meus colegas foram e esta na foto aí em cima é a filhinha de um amigo meu, ela é muito fofa.

Além disso, tive minhas duas primeiras saídas noturnas na terrinha. Agora meu drink favorito é vodka com cranberry. Foi bacana. Também dormi um montão e fiz comprinhas.

Merecido, merecido.

terça-feira, novembro 04, 2008

Halloween experience



Meu primeiro Halloween foi interessante. Começou com um sábado de tempo nublado/chuvoso no Central Park, numa atividade voluntária para esculpir abóboras.

Eu nunca tinha esculpido abóboras na vida, e foi bem legal. Era um bando de gente limpando abóboras, cortando, fazendo carinhas, colocando velas e depois decorando o parque. Começou às 8h da manhã e ia até o final da tarde. O Festival da abóbora começava no fim da tarde, mas as turmas de voluntários trabalhavam desde cedo. Eu me inscrevi pro turno das 11h às 15h, mas falei pra coordenadora da minha equipe que não ficaria o tempo todo porque eu tinha mid-term papers (tipo prova de meio de semestre, mas eu não tinha prova, tinha artigos) para fazer, e o prazo era na segunda-feira. Eka disse que tudo bem.

Fiquei uniformizadinha com camiseta cor de abóbora, boné cor de abóbora e fui pra mesa dos escultores. Sim, porque eu não queria ficar limpando abóbora. Foi bem divertido, mas cansativo.

Sei que o festival era beneficente, pra ajudar umas crianças aí, com alguma doença aí. Confesso que fui pela experiência das abóboras, não pelo meu desapego e amor ao próximo.

No domingo eu fui almoçar com a Anna e com a Jackie, fomos para Chinatown e comi Dim Sum. Eu AMO Dim Sum. Sim, foi a primeira vez que comi, mas agora eu amo. E amo aquele restaurante, especificamente. Depois comemos sorvetinho de chá verde na Ice cream factory e a Jackie veio pra casa estudar e fui com a Anna comprar minha fantasia de Halloween. Depois de andarmos bastante pelo West Village, encontramos a loja, experimentei umas fantasias e saí com todo o arsenal para a sexta-feira seguinte, quando desfilaria na parada do halloween.

No final de semana seguinte, e pós mid-terms teve a parada de Halloween. Eu me diverti, mas acho que agora entendo pq este povo fica deslumbrado com carnaval do Brasil, eles tinham tudo: estrutura, policiamento, um MONTE de gente, um MOOOOONTE de gente fantasiada, bla bla bla... só faltou colocar música.

Achei bacana, mas não sei se farei novamente. Parece mais um evento para tirar foto de fantasias. Mas foi divertido. O legal foi estar em um grupo grande de amigos. O chato foi estar em um grupo grande de amigos. Sabe, muito adolescente junto? Pega um monte de recém graduado e recém chegado a Nova Iorque. É muito deslumbre e pouca coordenação, o que, neste caso, prejudicou um melhor aproveitamento da festa. Na real o 'bom' do Halloween é o pós-parada. Então a parada foi bacana, o pós-parada foi péssimo.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos e curti muito minha primeira experiência de Halloween.


Amigos e bolinho e presentinhos



Comemorei meu aniversário em conjunto com outros amigos, que aniversariaram nos dias 11, 12 e 20 de outubro. Comemoramos no dia 12 num bar aqui próximo. Foi bem bacana e a Ana (que agora mora no Brooklyn, e que eu conheci em Salvador, e que estadunidense), veio me visitar.

No bar eu tomei uma caipirinha bem boazinha e de surpressa ganhamos um bolo de presente de aniversário, decorado com felicitações e nossos nomes. Foi bem bacana das pessoas terem organizado isso.

Depois eu e a Ana caminhamos pelo bairro e paramos num Starbuck e ficamos batendo papo e tomando chazinho.

Deixei-a na estação do trem pouco depois da meia-noite e vim pra casa. Curioso foi receber um email no dia seguinte, da segurança do campus, falando sobre sete ataques que aconteceram na noite anterior, ou seja, na noite em que eu estava na rua com a Ana, sendo que um dos ataques foi exatamente na esquina da minha casa, por onde passei e na janela de horário em que eu passei. Assustador. Uma semana depois recebi outro email, dizendo que 5 dos 6, ou número similar a esse, assaltantes já haviam sido presos.

No dia seguinte ao meu aniversário chegou uma caixa de Porto Alegre, com várias coisinhas que minha mãe mandou pra mim. Se a gente tivesse combinado não chegaria tão em tempo. Foi bem bacana.

Algum tempo depois chegou uma caixa do Samuel, com vários presentinhos, e tudo embaladinho com papel de presente, e fitinhas prateadas. E cada papel de uma cor. Tão lindo. Ganhei um dvd do Gostoso Mor, um cd autografado (chiquérrimo) do Zeca Baleiro, cartão, fotos... a coisa mais fofinha da face da Terra.

Recebi vários recadinhos no Orkut, é foi bacana falar com várias pessoas. Recebi ligação de pessoas queridas no dia do meu aniversário também. Isso foi bem, bem legal.

Foi bem bacana meu primeiro aniversário na terra do Tio Sam.

É esquisito fazer 30 anos. Agora não estou mais nos 20. E nem cheguei a ler meu livro do Balzac que comprei no ano passado. Não deu tempo. O tempo voa.