segunda-feira, julho 09, 2007

Grande Maçã





02 de julho, segunda-feira


O vôo foi rapidinho. Acho que foram duas horas. Algo assim. Cheguei e fui "refazer as malas", para facilitar o transporte, porque imaginei... vai que eu tenha que pegar um ônibus, não sei bem como é. Tá. Depois de muito andar pra lá e pra cá, perguntar aqui e acolá, consegui descobri onde eu tinha que pegar o transporte que me levaria até Waterloo. Aí cheguei no guichê e vi um papel com meu nome... o cara estava atendendo alguém, então deu tempo de eu ver o papel, enfim... falei pra ela, já me achei aqui, esta sou eu. Ele riu e disse, bem então agora é só sentar ali e esperar que o motorista virá te buscar, ele vai te chamar pelo nome. E assim o fiz.

Depois chegou o motorista e me ajudou com a bagagem e fui num automóvel tipo van, mas grande e super confortável. Conversamos um pouco no caminho, dormi um pouco também, e foi isso. Chegamos em Waterloo. Passamos no escritório central da residência da Wilfridge Laurier University, peguei minhas chaves e um cabo de rede, para o qual deixei 5 doletas canadenses como depósito. Fui para o quarto, que era legalzinho. Não era como o da University of Calgary, mas era bacana. Tinha um banheiro compartilhado com dois quartos, assim, eu dividia o banheiro com mais uma pessoa, do quarto ao lado. Era meu quarto, uma porta, o banheiro, outra porta, outro quarto. Quando eu entrava no banheiro, trancava a porta de acesso do outro quarto, quando saia, destrancava, e a outra pessoa fazia o mesmo.

Como não escrevi todos os dias, só agora, no aeroporto (pra variar) rumo a Nova Iorque, então os registros serão de memória "distante" (nem tão distante).

Eu estava podre, mas era próximo da hora do almoço e eu queria ver se ia rolar uma boca livre ou não, desci. Todos os participantes do workshop estavam hospedados no mesmo andar, no 3o andar. No elevador encontrei um colega vindo da Grécia, começamos a conversar. Lá embaixo, conheci os três facilitadores que estariam conosco toda a semana e o poderoso chefão, que não dever ter 30 anos. Inveeeeeeja.

Depois chegaram (lá embaixo) os participantes da África do Sul, eram 3 mulheres e 3 homens. Almoçamos pizza, todos nós. E já fiquei pensando, ihh, lá vem mais uma semana de junkie food. Então subi, organizei umas coisas e fui deitar. Dormi um sonino tri bom. Desci para a janta, eram umas 5h30. Não vi ninguém. Andei pela cidade, fui atrás de água, parecia uma cidadezinha fantasma. Tudo bem, tem que dar um desconto porque era feriado. No Canadá é como na Inglaterra, nos EUA... quando um feriado cai no sábado ou domingo, ele é transferido para segunda-feira. Legal, né?

Quando voltei acabei encontrando as pessoas, e elas tinham ido jantar. Perdi. Tudo bem comi mais umas fatias de pizza que sobraram do almoço e beleza.

Então fomos para o início das atividades, que foi nas instalações da universidade. Foi bacaninha, fizemos um projetinho do tipo: formaram-se grupos e cada grupo recebeu os mesmos materiais, e tinham que montar alguma coisa que, jogada do alto do prédio, levasse mais tempo pra cair. Foi divertido. O dispositivo que a gente fez não ficou muito tempo no ar, mas foi bem engraçado de ver. Além das interações terem começado aí. Digo, começou mesmo quando fizemos um tipo de quiz, usando um dispositivo eletrônico e fancy. No meu grupo do 'planador' eu conheci o Junho. Sim, o nome do menino é Junho (tá, pronuncia-se Jú-rro). Um japinha super fofo e divertido.

Depois disso tudo, voltamos pra residência. Fui Deitar.


03 de julho, terça-feira

Café da manhã, tudo de bom. E fomos para o Perimeter Institute. De babar. Eu não vou ficar descrevendo muito, porque não dá, tem que conhecer, e babar muito. A arquitetura, a organização, o bistrô, os quadros-negros espalhados por todos os cantos, sofás, café. Sim, num Instituto de Física Teórica, reunindo vários pesquisadores do mundo inteiro, se usa giz e quadro negro. Nada daqueles quadros brancos ridículos. Só o bom e velho giz.





Bem, o esquema de todos os dias foi, basicamente, acordar às 7h, ensebar até 15 pras 8h, tomar banho, café, e sair 8h40, andando ou pegando o transporte oferecido pelo PI. Aí, como ninguém é de ferro, chegando no PI tinha café (leite, cookies, muffins, chá...), das 8h45 às 9h. Aí começavam as atividades. Às 10h, como pobres mortais: coffee break (café, leite, creme, cookies, frutas, chá). 20min e de volta ao trabalho. Meio dia, 12h15... almoço. E ai eles botavam pra fuder. Comida boa, salada, muuuuuito bacana. Frutas de sobremesa. A velha e boa mesinha do café (que ficava, na real, full time abastecida). E ai, mais trabalho, ali pelas 14h. Três da tarde como era de se esperar... coffee break. De volta ao trabalho. Ali pelas 17h30, 18h... janta. SIM, janta às 18h (att. para o fato de anoitecer lá pelas 22h).

Então, o que mudava diariamente eram as atividades e as comidas (almoço e janta, cafés eram sempre iguais, com leves alterações).

Na primeira noite tivemos uma super janta. 3 course meal. Chiquéeeerrimo. Vinho. Tudo de bom. A pobre aqui, é claaaaro, pegou o cardápio de recordação. Pobreza é uma tristeza. E a comida era tuuuuudo, bah. E a sobremesa? Afe!!!

Ah, sim, sim... teve o lance da computação quântica, do emaranhamento quântico, matéria escura, buracos negros, atividades de laboratórios para implementar no ensino médio, discussões, discussões, avaliação de atividades, de estratégias, etc, etc. Sim, trabalho. Teve tudo isso, afinal, era um workshop sobre física moderna, né?

Num dos dias o povo foi para Saint Jacobs e eu fui para Niagara Falls. Um dos facilitadores havia dito no primeiro dia "se alguém quiser qualquer coisa, precisar de qualquer coisa, peçam pra gente que tentaremos providenciar, se alguém quiser, sei lá - a minha mulher vai me matar mas... se alguém quiser ver a Niagara Falls, é só me falar que dou um jeito de levar. Claro que eu disse que queria. Fomos em 6, mais o facilitador. Nooooossa, impressiona.

É uma caminhada boa (digo, acho que uma hora e meia de carro). É muita água, é grande, é lindo, tem um baaaaaaaaaaaaando de turista. Vê-se o estado de Nova Iorque do outro lado. Estadunidenses de um lado, contemplando a natureza, canadenses de outro, na mesma contemplação. Foi muito muito muito legal. Andamos por lá, fui na loja da Hershey´s, da Coca Cola. E fui com a Nicoletta e o Tákis (italia e grécia, respectivamente) no passeio por túneis embaixo das cataratas. Maaaaaaaaaassa! O barulhão gigante da água... ficar molhada, não conseguir abrir os olhos por causa da água batendo no rosto. Tri bom, tri bom.

Na sexta-feira teve tarde com queijos e vinhos. Sim, toda a sexta os pesquisadores do PI são agraciados com vinhos e queijos. Quejos delicia, meu bem, não é queijo lanche não! Na mesma sexta, tivemos um barbecue. Afe. Taí coisa que eles não sabem fazer. E nota 1 milhão pra sobremesa desse dia. E depois disso (sim, porque a janta foi às 6h. foi vinho e queijo às 4h, filme às 5h, churrasco às 6h), fui ao cinema com meu colega canadense com nome de filósofo (Jean Jacques Rousseau). Vimos uma comedinha boba, mas que acabei rindo um monte. Íamos assistir Transformers, mas estava sold out.

Na ida, fomos de táxi, na volta, tentamos pegar um táxi e não conseguíamos, não passava nada naquele fim de mundo, e o que passava, não parava. Até que, lá pelas tantas, ele falou, será que... e falou de que, apesar da educação, há racismo no Canadá, e poderia ser esse o motivo dos motoristas não pararem para dois negros andando na rua à 1h da madruga. Até que um taxista parou. Coincidência ou não, ele era negro.

No sábado, e na própria sexta, o clima era de despedida, com uma pontinha de dó. Dias de intenso convívio. Mas foi legal, o sábado foi só despedidas... e depois aeroporto.

Voei American Eagle. Afe. Uma aeronave do tamanho do **. Uma aerosenhora. Eu só queria que não caísse. Dormi quase o vôo inteiro, que foi de 1h e pouco. E dormi bem. Mas aquela aeronave, entrará para a minha memória de vôos. E para minhas preces de não mais estar a bordo de uma aeronave dessas.





NY - day 1

Cheguei no terminal do Tietê, digo, no aeroporto JFK, em Nova Iorque, peguei minhas malinhas, que demoraram um tempão para chegar na esteira, aliás. Depois fiquei esperando a Chantale. Na boa, eu não entendo este povo estadunidense. Fazem a maior onda com segurança e não sei o que lá, mas ó... eu saí da aeronave e segui andando, andando, e vi pessoas sentadas e com malas, e percebi que estava na sala de embarque. É, assim mesmo, sem passar por controle algum nem nada. Segui andandando... andando... andando pra caralho, até que encontrei a esteira de bagagem. Eu já tinha até separado o passaporte na mão. Peguei minhas malinhas e segui para sair, então, pela primeira porta que eu via, mesmo achando estranho um monte de gente entrando por esta mesma porta. Mesmo achando estranho gente com plaquinha com nome de outras gentes, sabe, do tipo que vai esperar um desconhecido no aeroporto e tem cartazinho com o nome? Pois, essas pessoas estavam junto a mim, quando esperava a bagagem. Ok, saí pela portinha e qual minha surpresa quando percebo que já estou na rua, onde passam carros, táxis, ônibus, cachorro, de tudo. Ops, será que fiz alguma coisa errada? Voltei como quem não quer nada, como quem acabou de soltar pum no elevador e faz cara de paisagem. Olhei prum lado, pro outro, li as plaquinhas... não, era isso mesmo, eu tinha feito tudo certo. Mas o povo preocupado com segurança tem as malas das pessoas expostas à qualquer um que esteja passando pelo aero e resolva pegar uma mala, só por diversão. Ok, vai ver é porque além da segurança, há o egoísmo, e então eles (as otoridadi) tão pouco se fudendo para as malas dos passageiros.

Buenas, liguei pra Chantale, e fiz minha primeira ligação nos isteites. É assim ó: você pega o número do telefone e pode discar inteirinho, com o 1 na frente, que é o código do país; precisar, não precisa, mas pode. Ou seja, uma preocupação a menos com 'que número eu devo discar'. Ok. Levante o fone do gancho, disque os númerozinhos, a mulherzinha fala uma msg, mas nem precisa entender, é pra colocar o din din. Sim, você introduzirá moedas no aparelho. 50 centavos. Usei duas de 25c. Ok, com estes 50c dá pra ficar falando a vontade no telefone, mesmo para um celular, que foi o meu caso, pois liguei pro cel da Chantale, que já estava a caminho.

Então ganhei uma carona no carro do amigo dela, que passou na casa da namorada no meio do caminho (eles iriam pruma festa depois) e em seguida nos deixou em casa. Tomei um banho, comi alguma coisa, bati papo... e fui-me ao berço, acho que era 1am.


NY - day 2

Acordei ali pelas 7h. Voltei a dormir. E fiquei assim, dormindo e acordando. Até que levantei de vez, testei o creme depilatório Veet (parece propaganda dentro de novela brasileira, menos sutil, impossível). Assim, comprei aqui, lá em Waaaaco, este creme em promoção, o preço estava bem bom e eu nunca tinha usado esse. É um tubo aerosol, tipo creme de barbear. Aí usei hoje, nas pernas e ficou bem bom. Foi bem prático. Tomei um banhinho e vim pro quarto, fiquei arrumando umas músicas no computador, carregando o iPod...

Depois a Chantale acordou e fomos pra rua. Tomar o Brunch (café da manhã + almoço). Acho que eram umas 10h quando saímos de casa. Andadinha, metrô, Manhatan. Ai, não me pergunte em que estação eu desci porque eu nem me lembro.

Andamos um monte, o restaurante que ela queria havia fechado, há duas semanas. Acabamos indo num outro, onde tomei um bom cafá da manhã (ovos mexidos, uma fatia de pão de fôrma torradinha, 4 salsichas (mas a salsicha daqui, logo é pequeniniiiiiiiinha, super engrçada), um trocinho que não sei o que é, de batata e uns 2 morangos e framboesas.

De lá, seguimos andandado, andando. De forma inimaginável. Fomos na Levi´s, compramos blusinhas, falei com a Naiara (que virá amanhã pra New York, New York, e tinha se perdido nas datas, achando que eu viria no findi seguinte). E entaõ, entramos na Macy´s. Onde ficamos andando, provando roupas, comprando, etc, até às 9h/9h30pm.

O que eu, uma super consumista, comprei? Ah, nem vem, comprei ítens de grande necessidade:
  • 1 calça jeans DKNY
  • 1 calça jeans Tommy Hilfiger
  • 1 sacola Macy´s
  • 3 blusas da Levi´s (9,90, sim, as três por esse preço, a soma, o total)
  • 1 blusa DKNY
  • 1 barrinha de chocolate Godiva

    E reservei um sapato e um tênis e vou comprar minha mala da Samsonite tão esperada. E mais barata que no Brasil. Pelo menos a metade do preço que eu pagaria em terras tupiniquins. Mó injustiça. Voltarei lá na terça-feira. Se eu conseguir encontrar o endereço.

    Estou tão feliz com minhas comprinhas. Assim, comprei coisas em liquidação, suuuuper descontos. Além disso, como brasileira visitando os EUA, eu pedi um cartão de visitante na loja e daí ganho 11% de desconto (mesmo sobre o preço em promoção). O máximo, né?

    A Macy´s tem 9 andares e ocupa uma quadra inteira. Meu, eu andei mooooooooito.

    Depois andamos mais um pouco, vi o Empire State Building, pegamos o metrô e viemos pra casa. Tomei banhinho, comemos a massa tri boa, apesar da pimenta de mais para mim - que não estou acostumada - mas mega deliciosa. Agora, vou-me ao berço, após estas mal traçadas linhas, meu amor.

    Amanhã tentarei entrar na internet, talvez algum cyber. Bem, se alguém estiver lendo isso agora, é porque finalmente consegui ter contato com o mundo.




  • Nenhum comentário:

    Postar um comentário

    Vai, abre teu coração...