quarta-feira, julho 11, 2007

The city that never sleeps







NY - day 3 - monday

Acordei cedinho e tomei café da manhã com a Chantale. Ela tem sido uma super anfitriã. Cozinhou para nós na manhã ovos mexidos com camarão e um negocinho de batata, bem similar ao que eu havia comido no domingo, não sei se é um tipo de panqueca, sei lá, sei que é bom.

Depois fomos para o escritório dela... pegar metrô, trocar andar pela 34th st, dar de cara com o Empire State Building, e chegar na 5th Avenue. Várias pessoas na rua. É interessante o olhar de alguém que recém chega numa cidade, numa puta metrópole como esta, eu olho para tudo, para todos, para cada de detalhe e para o conjunto, me perco em tanta informação. São tantos rostos diferentes, origens, povos, culturas, um caldeirão.

Conheci umas colegas de trabalho da Chantale, depois fui pro mundo. Eu tinha planos de ir pro sul da ilha (aliás, Eduardo, tá aqui outra ilha pra ti. Ah, Montreal também é uma ilha. Quer considerar? Floripa, Austrália, New York, Montreal... Sim, sim, São Luis, no Maranhão, também.)

Bem, mudei os planos e segui pela 5a avenida. Aqui tem esta coisa beeeeem bacana da organização das ruas. A 5a avenida corta a cidade de norte a sul, dividindo-a em leste e oeste. Assim, com a cara para o norte e estando na quinta avenida, as ruas à direita estão do lado leste e à esquerda, do lado oeste. De norte a sul ficam as avenidas, muitas numeradas, outras com nomes mesmo, como Broadway, Madison, etc. As avenidas à direita da 5a, olhando pro norte, ou seja, para leste, têm numeração decrescente. E as avenidas para oeste, portanto, tem numeração crescente. Assim, estando na 7a avenida, olhando pro norte, para ir para a 4a avenida tem-se que andar para a direita. Legal, né?

Tá, e como saber onde é norte ou sul, é preciso andar até a avenida seguinte e ver se os números diminuem ou aumentam? Nãaaaaaaaao! Ho ho ho ho. As ruas cortam a cidade de oeste a leste. Assim, pensando numa crucifixo, as ruas são sempre dum lado pro outro, e as avenidas de cima pra baixo. E as ruas estão organizadas da seguinte forma: são numeradas com numeração crescente em direção ao norte. Então tem a 5a rua, 6a, 7a... tudo indo pro norte... 90a, 110a...

Se eu tiver um endereço pra ir, que fica, sei lá, no número tal da 34a rua oeste. Aí vão dizer, próximo da 8a avenida. Então se eu estiver na 5a av, olhando pro norte, perto da 68a rua, leste (no central park, por exemplo) saberei que tenho que ir para a esquerda (oeste), até a 8a av, descer (até 34) e procurar o número tal. Tri, né?

Então caminhei montes, achei um cyber café, entrei, mandei uns emails, atualizei o blog, e recebi email da Naiara dizendo que viria para New York, chegaria às 4h15. Segui andando pela 5a avenida, em direção ao sul, até que encontrei, por acaso, o Museum of Sex (MoSex). Bem bem bacana. Mereceria uma entrada à parte no blog.

Segui descendo e parei no Madison Square Park, olhei as pessoas sentadas nos bancos, almoçando, e outras deitadas na grama, sob o sol. Uma pracinha, bem na 5a avenida com a Broadway, mas que era um ambiente tranquilo no meio daquele vai e vem todo. Interessante que tinha gente comendo comida comida, não sanduíche-iche. Comidas com salada e carne, compradas em estabelecimentos nos arredores.

Fui descendo, passei por um mercadinho massa, tipo a feira ecológica que tem na José Bonifácio (porto alegre). Uns preços super bons. Aliás, tenho achado a cidade "acessível", ou seja, dá para ir levando sem sentir uma dor no fígado ao desembolsar doletas.

Passei pelo Soho, Little Italy, resbalei na Chinatown. Entrei no metrô na Canal St (no sul, esqueça a organizaçãozinha das ruas numeradas e tal, é cada um por si). Havia combinado com a Naiara na 34th st, com a 5th. Peguei o metrô e desci na 34th com a 6th, dando de cara com a liquidação da Victoria Secret´s. Entrei e sms Naiara dizendo para me encontrar lá. Loucura de liquidação: comprei um kit com body splash, sabonete e creminho, ganhando uma bolsa; um jogo de sombras, ganhando um jogo de batons; e uma sombra em lápis. Resolvi experimentar sutiãs. E finalmente descobri minha numerção nos EUA. Aliás, agora sei minha numeração completa: para sapatos, calças e sutiãs. Aqui tem um lance de 6, 8, 10... pra cintura (calça) e S, M, L para o comprimento, então a calça pode ser 10M ou 6S ou 8L, por exemplo. Os sutiãs têm número pra circunferência e para o bojo, um número e uma letra, podendo ser coisas como 30C ou 32B ou 34A...

Estou eu feliz e contente no provador, experimentando vários sutiãs, depois de uma fila homérica, quando a Naiara chegou na loja. Eu liguei pra ela, preocupada com o adiantar da hora, e ela disse que estava subindo a escada rolante. Saí do provador e nos encontramos. Descemos e encontramos a Chantale. Depois esperamos por um amigo da Chantale, com quem iríamos nos encontrar pruma janta. Fomos próximo a NYU, onde eu já havia passado pela manhã, perto do mercadinho aquele que falei, e jantamos num restaurante Thailandês. Comi uma comida triiiiiiiiii boa. Eu gosto de comida apimentadinha, condimentada, mas não estou acostumada, tenho tentado comer mais e mais pimentas e afins. Gosto de experimentar os diferentes sabores, mas para isso é preciso algum treino, preciso me habituar a ingerir comida apimentada. Uma amiga da Nai juntou-se a nós na janta. O nome do restauranta é Spice e a comida é bem servida, além de saborosa. Comi um prato com beringela, abobrinha, pimentão, tofu, e mais umas coisas lá: 9 dólares. 18 reais. Não disse que os preços não eram tão terríveis? Isso é preço de comida no shopping, sei lá, nos Bonaparte da vida.

De lá, nos dividimos, e segui com a Naiara e a amiga para encontrar um amigo delas. Andamos pra lá e pra cá até escolhermos um lugar para ficarmos, e o menino comer. Os dois são indianos e conversamos um montão sobre as questões deles. Conversamos naquelas, eles conversaram, eu ouvi. É quase inacreditável como as comunidades de outros países se comportam nos EUA. Manter tradições é legal? É. É importante? Sem dúvida. Mas a que custo? Aqui as pessoas vivem em guetos: italianos, chineses, indianos, gays, negros. Sim, há mistureba também, mas isso está até nos bairros. Ai, sei lá. Enfim, o papo era sobre casamento. Sobre a pressão familiar. Semanalmente os pais dos amigos da Nai perguntam a eles sobre casório. Existem reuniões, festas, passeios para indianos, para conhecerem outros indianos e casarem. Tem anúncio em jornal. A mãe da menina disse pra ela entrar em site na internet. Pentelhou até ela entrar. Depois fica cobrando que ela troque emails com os caras. Imagina! Uma menina linda, fazendo mestrado na Columbia, bla bla bla, e invariavelmente dentro deste esquema de que tem que casar e tem que ser com indiano, preferencialmente da mesma região da Índia que os pais dela... olha que loucura. Digo, loucura não no sentido de insano, mas de que como as questões culturais são fortes, determinantes e constitutivas do nosso ser.

Tomamos um vinho. A taça de vinho mais cara da história. Uma garrafa de vinho era 25 dólares. Compramos uma, para quatro. O menino jantou. Deu uma taça, exatamente, para cada um. Bem cheia. Tá. Na minha matemática daria 6,25 para cada, pelo vinho, mais gorjeta de 15%, daria 7,40. Arredonda pra 7,50 pra facilitar, tá bom? Ok, ok... 8 pagava tudo, né? Eu dei 10, a Nai 10, a menina 10. Acumulado da 7,80 de troco. Ops, ok, facilitando com 8, da 6.00 de troco. Mas as meninas não viram o troco. No restaurante thai eu achei a matemática bacana também, o amigo da chatale gastou 9 e colocou uma nota de 20. A chantale gastou 15 e pôs 20, eu gastei 9 foi pago 10. Ninguém ganhou troco. Isso me lembrou meus primórdios em Salvador, em mesa de bar.

Depois pegamos o trem, fiquei não sei onde e peguei meu A train para o Brooklyn.


NY - day 4 - tuesday


Para a terça o combinado era me encontrar às 9h, com a Naiara, no MoMA, o Museum of Modern Art. Ok, 9h15 eu estava na porta. E descobrindo que o MoMA fecha nas terças-feiras. Amei ter encontrado o lugar porque quando eu saí de casa eu não sabia onde era, e olhando no mapa turístico (aqueles genéricos) e no mapa do metrô, e tendo mais sorte do que juízo, consegui encontrar o lugar sem precisar recorrer a terceiros. Eu sou o máximo. Depois, 9h30 (9h35 no meu relógio) abriu a lojinha de Design do MoMA, entrei e fiquei circulando, esperando a Naiara, 10h e pouquinho ela chegou. Ela achou que tinha marcado comigo às 9h30, e então estaria atrasada só meia hora. Mas foi ela quem me mandou a msg de texto dizendo 9h. Eu odeio quando eu faço isso: dizer uma coisa e jurar que era outra. Sim, eu faço dessas coisas. Só porque eu gosto muuuuuuito da Naiara que eu não fiquei puta. Qualquer um que me conheça sabe que isso quase me estragaria o dia inteiro, porque eu deteeeesto esperar. Mas a Nai pode. E em Nova Iorque.

Depois da frustração do MoMA fechado, tomamos (eu tomei) um café na Starbucks (1a vez em NY) e fomos andando até o Central Park, fotinhos, olhamos livros. Decidimos pegar o metrô para ir até o Metropolitam Museum of Art. No caminho (da saída do metrô até o museu) encontreu uma igreja da cientologia. Tirei fotos e a Nai disse, vamos entrar? Em função da oferta de teste de personalidade grátis. Entramos. Que meda. Uma menina de, o que, uns 15 anos? na recepção. Para saber mais da história: pergunte pessoalmente. Sim, escrever cansa.

Chegamos no museu 20 dólares, e 10 para estudante. Eu tenho carteira de estudante. E ai, vai encarar? Resolvemos passear na lojinha do museu, afinal, deve ter coisinhas que veríamos no museu por 20 dólares (ou 40 reais). Ela comprou um porta copos e ta. Na saída resolvemos perguntar no guichê de informações se havia algum dia de entrada gratuita. Daí a menina disse que todos os dias era por contribuição, era só dar o valor que se quisesse. Ah, é? É. Ok, voltamos na bilheteria, e saquei 1 dólar da carteira. Paguei. A Nai fez o mesmo. Ganhei o dia. Imagina o monte de gente dando 20 contos. E eu paguei u-um, la la la la. Assim, não tem aviso sobre isso de pagar qualquer valor em plaquinha nenhuma, só tem os valores lá na tabelinha. Se a gente não perguntasse, não saberia. E depois eu contei pra Chantale, ela disse que a maioria dos museus aqui são assim. Então agora eu já sei. E você também, caro leitor. Preço de museu em nova iorque é ao gosto do freguês.

Andamos até dizer chega. Depois ficamos à caça do hipopótamo azul que tem em tudo que é camiseta, bolsa, etc na lojinha. Ficava na sala do Egito. Procuramos e nada. O tiozinho disse que achava que não estava em exposição. Não creio, toda uma caça pelo supostamente famoso hipopótamo azul e nada. Não me pergunte o que é o hipopótamo, digo, o que representa e tal - isso eu teria sabido (espero) se tivesse encontrado o bichinho, e lido a plaquinha ao lado com as informaçõezinhas.

No mesmo guichê de informações perguntamos sobre lugares para comer, com preços razoáveis. A tia foi bem simpática e nos falou um lugar. Fomos. Os preços eram realmente muito bons. Tipo, fatia de pizza, de 2.00 a 3.50. Comi um sanduíche e tomei um latte (café com leite, para os íntimos). Saímos de lá para ir na tal Magnolia Bakery, que a Nai diz ser maravilhosa. Ligamos pra informações, pra Magnolia, e depois pegamos um táxi. Uhhh, eu andando de carrinho amarelinho com motorista grosso em NY. Congestionamento. Decidimos não ir até a Magnolia e ficar mesmo na Penn Station, onde a Nai pegaria o trem para voltar pra Washington, onde ela mora com o marido. Fui andando até o escritório da Chantale e depois fomos pra Macy's, o paraíso (consumista) na terra. Lá comprei vários sapatos (um tênis, uma papete, um sapato de salto baixo, um sandália de salto), todos da seção comfort shoes, que ocupa parte de um andar na Macys, sendo shoes parte de outro andar, e todos couberam bonitinhos nos meus pezinhos. A minha vendedora, Kayren, de Trinidad, tinha reservado no domingo dois calçados que eu havia experimentado. Na segunda eu liguei pra pedir pra deixar reservado por mais um dia, pois eu só voltaria lá na terça, para ver a mala. Acabei comprando vários blusõesinhos de meia-estação, em super liquidação. Ninguém vai acreditar quando vir o blusão pelo qual paguei 9 dólares. Ho ho ho. E, mãe, um é pra ti, mas terás que ir a Salvador para escolher!

Depois subimos para o 9o andar e fui escolher minha mala. Escolhas são terríveis pra mim, como para qualquer libriano que se preze. Depois de muito tempo, me decidi pelo modelo Xion, preto. Da Samsonite. E depois do Reggie (Reginald, vendendor super legal, do Haiti) ter pegado minha malinha... eu demorei mais um tempo e mudei de idéia. Ok, seria a Samsonite Silhouette. Preta ou vermelha? A vermelha é linda. A preta clássica. Pra saber qual eu escolhi, só indo na minha casa, mas foi a Silhouette, no fim das contas, lindona.

Viemos pra casa e jantamos por aqui, e fiquei louca pra comprar uma panela...

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