quarta-feira, junho 27, 2007

American way of life





O texto será longo, e não será completo. O tempo está muitissimo curto. Estou almoçando e tenho 20 min pra terminar de comer e voltar ao prédio (15min de caminhada) para os trabalhos, parte da tarde.

Buenas... here we go



20 de junho, quarta-feira

Buenas, estou no aeroporto de Salvador, são 15h15 e meu vôo está previsto para as 15h35. Na verdade, a previsão inicial era de eu chegar em São Paulo às 16h. Meu vôo era, originalmente, às 13h50. Atrasos, atrasos.
Confesso que não fiquei irritadinha tampouco estressada com o tal atraso, pois meu outro vôo, para Dallas, parte às 21h45 de Guarulhos, então esperar lá ou aqui dá no mesmo.

Hoje acordei com uma sede do cão. Finalizei preparativos lavei panos de pratos que estavam de molho há séculos, fiz lanchinho pra trazer pro aeroporto, o qual já comi, aliás.


21 de junho, quinta-feira

Wow, what a day!

Comecei acordando com um cheirinho de comida, no que me refiz prontamente do meu sono-profundo-de-avião. Quando a senhora da AA colocou a bandeja na minha frente, que decepção: um croissant muito cheiroso, mas com um aspecto ruim. E croissant. (para quem não sabe, croissant é feito com manteiga e farinha, só, e muuuuita manteiga)

Ok, comi um pedaço do croissant, poderia estar bom, ora bolas, mas não estava. Tomei café com leite - havia pedido dois copos de cara. E estava péssimo, pura água. Comi uns pedacinhos de laranja e melão. Ok, esse foi meu desjejum em solo estadunidense, digo, espaço aéreo estadunidense.

Cheguei no aeroporto e fui para a fila de imigração de não-residentes. Fila grandinha, mas nada demais, só tinha gente do meu vôo, e estava rapidinho. Primeiro um rapaz verificou meu passaporte e os dois formulários que eu já havia preenchido na aeronave - e recebido na hora do check-in na AA -, depois passei pela oficial de imigração, que era uma mulher sorridente e me perguntou se a visita era por "business or pleasure", ao que eu responti "both". Ela perguntou o que eu fazia, respondi. Professora de quê? Física. Aí aquela reação conhecida de surpresa e admiração que físicos "naturalmente" provocam - e com a qual já estão acostumados a lidar e ajudar a perpetuar. Então perguntei se ela gostava de física. Depois da negativa, eu engatei aquela conversinha de questionar o motivo disso, de dizer que física era legal, bla bla bla. E ela me disse que a filha dela gostava, though. Então engatamos outra conversa, menos típica, e falamos sobre a importância dela incentivar a filha, de termos poucas mulheres nas ciências, particularmente mulheres negras na ciência, etc, etc. Sim, sim, nisso eu já tinha colocado lá meu indicador esquerdo e direito - sem fotinho, pelo que eu me dei conta mais tarde - e ficamos conversando e atrasando a fila. Despedimo-nos com desejos de boa sorte pra todos os lados.

Então fui para a fila da alfândega, que era bem pequena, acho que tinha umas duas pessoas na minha frente, e passei por um senhor de cabelos branquinhos, que olhou meu formulário de declaração da alfândega, pegou-o e pronto. Next.

Como assim?

Não vão me perguntar nada? Não vou passar por outro lugar? Não terá uma salinha misteriosa? Não vão abrir minha mala? Nada, nada?

Aliás, falando em mala... saindo de lá é que fui pegar minha mala, que veio rapidinho, mas passou por mim na esteira sem que eu conseguisse tirá-la de lá, ao que um senhorzinho me ajudou, um pouco mais à frente, retirando-a da esteira.

Tá, pensei, agora é que alguém vem e vão abrir minha mala.

Aí fui para a portinha automática, que se abriu e vi várias pessoas com bandeirinhas dos EUA sendo balançadas. Eu ia procurar a saída do aeroporto quando vi que o Chris estava sentado ali ao lado, tomando café, também com uma bandeirinha. Cumprimentos e tal, e ele me explicou que tinha um vôo chegando com soldados do Iraque, por isso algumas pessoas com bandeirinhas.

Banheiro, estacionamento, estrada. Sim, eu cheguei em Dallas, e estava a caminho de Waco, cerca de 2h da capital do Texas.

No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho...

Buenas, lá pelas tantas, um barulho estranho. Paramos o carro nos ombros da estrada (eu descobri que shoulder também é acostamento - costas pra uns, ombros pra outros... interessante, né?). Estávamos com um pneu furado. Não apenas furado de estar baixo. Furado, furadaço, rasgadão. Tentamos trocar, não funcionou, não conseguiamos tirar os parafusinhos lá do tal pneu. O Chris nunca tinha trocado um pneu antes, mas até que estávamos indo bem, não fosse pelos parafusinhos estarem muito apertados. Várias ligações depois, veio um carinha (gatinho, por sinal) num baita caminhão, e trocou o pneu. Seguimos viagem.

Chegamos na Baylor University, onde o Chris daria uma aula para umas crianças e adolescentes. Nesta aula, o irmão dele falaria um pouco sobre uns países onde morara - eu lembro do japão, mas acho que teve outros dois também. Atualmente ele mora no Líbano.

Depois o Chris passou uns vídeos sobre budismo e sobre o ataque a Hiroshima.

De lá fomos para a sala dele e eu entrei rapidamente na internet, enquanto ele levava o Brian, (filho) para o primeiro dia de um trabalho temporário, o irmão do Chris, Peter, foi junto. E eu fiquei com o Mike, o filho mais novo, no escritório. Foi quando fiz uma rápida incursão na tríade Gmail, Orkut, Blogspot. Tudo do santo Google.

Quando estava lá, chegou o Tibra, um menino (gatinho) que é professor no Departamento de Física, e uma pessoa que o Chris vivia querendo me apresentar, porque ele acha que eu devo vir estudar na Baylor. Tá, daí conversamos bastante, e o pessoal voltou - e o Brian acabou não encontrando quem deveria para o tal do trabalho. Então fomos todos almoçar.

Vou ver se consigo tirar umas fotinhos hoje. Os prédios da Baylor são bonitinhos, todos de tijolinho à vista, escuros. Ah, mas tem o website também. Dá pra ver por lá. Continuando...

Fomos almoçar num lugar muito interessante. Ai, minha máquina fotográfica numa hora dessas... era um salão enorme com vário buffets, com várias comidas. Tinha um buffet com salada, até dava pra comer algo saudável, fora isso era pizza, cachorro quente, uns pratos quentes indecifráveis, algo de fast-food mexicano, tinha buffet de sobremesas também, tortas, sorvetes, também tinha refrigerantes, sucos (não-naturais), cafés (aguados), tinha uma salada de frutas, junto com o buffet das saladas. Depois, quando fui colocar a bandeja no lugar, descobri uma parte com coida vegetariana, tinha uma espécie de arroz com legumes.

Mas o mais interessante do lugar era a aparente convenção de cheerleader que estava acontecendo. Sim, sim, eu estava praticamente num filme americano.

Aliás, a melhor descrição para meu dia de hoje é, um filme americano.

Devo confessar que minha combinação da salada ficou muito gostosa, e que não consegui comer muito das outras coisas.

De lá, os homens da família Van Gorder foram no banco e para aula de robótica (os meninos) e o Tibra me levou para a cafeteria, talvez, mais interessante em que estive na minha vida. Eu quero uma dessas na UEFS, e quero uma igualzinha no Rio Vermelho. Nem precisa ter na UEFS, no Rio Vermelho basta. Se a UEFS tivesse uma cafeteria dessas iria se tornar, sem dúvida, a melhor universidade do estado da Bahia. O lugar é lindinho, sui generis. Ai, minha máquina! Minha máquina estava na mochila, junto com o laptop, em algum porta mala de algum carro. No carro vermelho do Chris (depois passou pro carro branco do sobrinho do Chris, depois pro carro azul do Chris, porque o vermelho ficou para reparação do pneu).

Tomei um expresso tri bom e conheci dois amigos do Tibra. Depois o Peter e o Chris chegaram e tomei outro expresso e então deixamos o Tibra no Depto de Física. Pegamos os meninos, colocamos gasolina no carro, o que foi uma experiência interessante: levamos um TEMPÃO, porque aqui cada um coloca a sua gasolina e paga, não tem funcionários para isso no posto, só que agora paga-se primeiro e depois a bomba é liberada, e tinha uma fila demorada pra este processo. Sei lá, levamos meia hora para colocarmos alguma gasolina. Então fomos para a casa do Chris.

Conheci a filha dele, Keegan, e vi um pouco de tv. Depois na hora de sairmos para ir ao shopping, finalmente conheci a esposa dele, a Vivian. Então ele nos deixou (eu, a Keegan e a Vivian) num shopping center. Comprei um anelzinho, só pelo clima de compras que as duas estavam. Não achei nenhuma roupa interessante, tudo tinha cara de Sabina ou, na melhor das hipótses Marisa.

Eu estava a procura de uma mala da Samsonite, que vi na internet ser mais barata nos EUA, mas não encontrei, só malas furrequinhas. Desculpa, furrequinha eu compro em casa. Aliás, nem compro. Sou mais a minha Sestini. Da minha mãe, na verdade.



Ok, os textos acima estavam no bloco de notas, mas minha bateria terminou e agora já estou no canadá, então a memória em relação a estada nos EUA já falha e, para a alegria do meu leitor, serei muitíssimo mais breve de agora em diante.


Depois o Chris nos pegou no shopping, com os meninos e fomos todos jantar comida chinesa. Tava tri bom. Buffet livre. Enchi o bucho de camarão. Voltamos pra casa e assistimos o filme Cassino Royal, do 007. Paramos o filme no meio e o Chris e a Vivian foram me levar pra casa da Sharon, onde eu dormiria nos próximos dias. Finalmente larguei minha bagagem. Figuei num quarto muito bom e tive um banheiro só pra mim, mas confesso que a experiência de dormir na casa de uma terceira pessoa me pareceu bem estranha. Mas compreendi, achei "engraçado" e joguei com o fato nos dias seguintes. Até me diverti. Mas eu juro que nem fui má com a minha não-anfitriã.




22 de junho, sexta-feira


Dormi super bem, apaguei. No dia seguinte, o Chris me buscou pela manhã e fomos para a universidade. Eu dei uma aula sobre o Brasil. Distribuí cocadinhas da Tonha - que eu havia mandado fazer especialmente para a ocasião, em tamanho reduzido - e fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim. Foi bem legalzinho e melhor do que eu esperava. Ouvimos músicas (forró, bossa nova, pagode, axé, sertaneja...) e vimos o trecho de um filme que fala sobre o processo de "catequisação" dos índios brasileiros (é assim que se escreve catequisação????).

Passamos no supermercado. Wow, espetáculo: frutas, verduras... lindas e tudo de tudo imaginável. Não entendo porque eles comem tanta porcaria tendo tanta oferta. Almoçamos na casa do Chris, eu comi uma sopa Campbell de latinha. Ficamos fazendo nada. Depois fomos pra universidade e eu fui conhecer o pessoal do Departamento de Física, daí conversei com o chefe do Departamento e com mais outros professores, e acabei conhecendo um que está interessanto em Filosofia da Ciência... e teologia. Enfim, foi bem bacana. Depois fui falar com o Tibra e nos encontramos com o Chris e família e fomos pra Starbucks da Baylor (nome da universidade). Bebemos, ficamos de papo. O Tibra foi embora e fomos pra casa.

À noite, jantar. Eu prepararia beiju e afins. Minha anfitriã não quis comer, nem sentar à mesa conosco. O Tibra foi e levou vinho. Enfim, rolou uma janta no jardim e pratinhos brasileiros e foi bem bom, e todo mundo gostou dos beijus. (que foi uma novela longa, mas não vou escrever)

De lá, eu saí com o Tibra, passamos na casa dele. Depois fomos para um bar encontrar amigos dele. Experimentei Smirnoff Ice de melancia. Tri bom. Tem smirnoff ice de vários sabores aqui. Como eu tinha horário pra chegar na casa da Sharon, até meia noite, o Tibra me levou pra casa, depois voltou pro bar. Meia noite era meu limite.



23 de junho, sábado

No sábado, fomos para o zoológico. O Tibra me pegou pela manhã em casa e fomos direto pro zoo. Depois chegou a Kate, uma amiga dele, e a família van Gorder (sobrenome do Chris). Passeamos, foi bacana, é lindo, mas continuo não gostando de zoos, acho-os deprimentes. Não gosto de ver os bichinhos presos. Só não me importo com os peixinhos. Aguários eu gosto. Comi meu primeiro hot dog e depois passei o dia com o Tibra, andando pra lá e pra cá, fazendo compras, tomando café, indo em livraria. Então ele me deixou nos van gorder e fui com o Chris e os meninos para uma apresentação eqüestre. De volta pra casa, os meninos foram para a piscina aquecida com hidromassagem, fiquei brincando com o cachorro no jardim, jogando futebol americano com o Brian, filho do Chris. Acho que é Brian. oh oh. Esqueci o nome do guri, já. E vi tv. E então, tivemos um jantar nigeriano. E eu comentei que finalmente veria a Vivian comer. Desde que chegou aos EUA, há cerca de um mês, seria a primeira vez que ela prepararia comidas da Nigeria, pois um amigo do Chris sabia desta loja em Dallas que vende produtos africanos. Foi bacana. (para saber mais, consulte informações pessoalmente, ho ho ho)

Depois terminamos de ver o filme do James Bond. E foi assim minha estada texana. No dia seguinte o Tibra me pegou na casa da Sharon e fomos pro aeroporto em Dallas. Ele foi um super fofo, e ficou comigo lá até eu passar da fila da imigração e tudo. Só quando eu já estava lá dentrinho da sala de embarque ele foi embora.



24 de junho, domingo

Bem, sair dos EUA não foi tão fácil quanto entrar. Tive que tirar os sapatos e tudo. Não só eu, todo mundo. O sapato passa na esteira. O laptop tem que passar fora da mochila. Não pode passar garrafa d´água. Das 3 que eu tinha, uma eu bebi, a outra a mocinha viu, e eu pedi pra esvaziar e levar a garrafa vazia e a 3a eu só descobri, cheia, quando cheguei no canadá. ahahah

Tá, agora a aventura canadense eu conto depois. Já são 13h15 (16h15 no Brasil) e estou atrasada!!!




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Vai, abre teu coração...