sexta-feira, junho 23, 2006

São João




Teremos hoje a noite mais longa do ano. Exatamente há um ano eu tinha uma noite horrende. Uma auto-detectada infecção urinária me deixou sem dormir. Fez-me ligar pra minha mãezinha pedir ajuda com a medicação. Nessa noite dei muito valor aos fármacos e vi a diferença que há entre a agonia da dor e o alivio em conseguir dormir. Estava em Ondina e com tanta dor, nem lembro de ter ouvido fogos. Antes disso, estive no Pelourinho. E chovia.

No outro ano, fiquei amaldiçoando as gerações futuras da minha vizinhança que ficava com os infernais fogos de artifício. Sem parar. Minha casa cheirava a pólvora. Eu, reclusa em casa.

Neste São João chove. E os fogos continuam imponentes. Hoje à tarde 3, exatamente três meninos estavam com tambores e sei lá mais eu o que, aqui na rua de trás. Quer dizer, eu só vi que eram três meninos depois de muito tempo, quando resolvi olhar pela janela de onde via taaaanto barulho. Incrível como três pirralhos conseguem incomodar tanto com percursão. Contando, ninguém acredita. Só ouvindo.

Aí, finalmente, começou a chover. Ainda bem que só chove nesta cidade, e os três tiveram que parar com o super som deles. Deus é pai.

É interessante como os costumes podem ser diferentes. São João para mim tinha sido sempre uma festa de escola e de condomínio, e para crianças. Tinha pinhão, pipoca, milho verde, bolo de milho e quentão. Mas não é feriado. Nem tem festança. Aliás, passa totalmente desapercebido.

Dizem as más línguas que em Portugal as pessoas batem com um martelo uns nas cabeças dos outros. Estranho.

Pessoas são tão diferentes...

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