sexta-feira, junho 02, 2006

Merda





Há alguns dias meu corpitcho está revoltado contra mim. Eu não o tenho mal tratado. É verdade que tenho ingerido comidinhas mais gordurosas ultimamente, pois tenho comido muitas vezes fora de casa.

Na segunda-feira eu tinha muita dor de estômago, e diarréia. E sabe aquela vontade looouca e repentina de ir ao banheiro e achar que se vai esvair num vaso sanitário. Pois é, assim eu estava. Aquela pontada e a necessidade de correr pro banheiro. Problemas técnicos, entretanto, inibiam o curso natural da coisa toda. Explico: eu odeio cagar fora de casa. E não sou a única, como se vê! Mais do que isso, tampouco o faço em casa. Calma, assim... são necessárias condições muito especiais para tal evento. Sim, porque é um evento. Para algumas pessoas isso é uma atividade diária, regular, até com hora marcada, às vezes. Comigo não. Então eu preciso da tranquilidade de saber que ninguém vai querer entrar no banheiro, de saber que posso ler calmamente qualquer super literatura sanitária (serve rótulo de xampu, embalagem de creme hidratante, até rótulo de papel higiênico), da segurança de que não vai faltar papel, de que o local é limpinho, e de que não serei ouvida.

Sim, sim, sei que são muitas as condições, e isso dificulta o processo todo, mas é assim, ora!

Tá, na segunda-feira fui neste estadinho lá pra Feira de Santana. E o medo de dar aquela vontade louca e repentina de ir ao banheiro, durante a viagem de 1h40? Consegui resistir bravamente.

Depois, em Feira, uma reunião marcada para às 8h, que começou por volta das 9h30. E eu lá, sofrendo. Meu estômago se contorcia. Doía muito, muito mesmo. A reunião não acabava nunca... eu querendo ir no banheiro. Saí da sala, fui no banheiro. Ok, tava limpinho, eu não teria nada pra ler, mas tudo bem, tinha papel, mas, mas, mas a acústica do lugar era impraticável. Não rolou. Eu tentei, mas não funcionou.

Tá, saí da reunião rumo à rodoviária, para pegar meu busum e vir pra Salvador. Cheguei na rodoviária às 12h45, sairia um ônibus às 13h. Perfeito. Compro a passagem, e procuro por um banheiro. O lugar parecia ideal, barulhento, impessoal, mas sabe como é, banheiro de rodoviária é sempre podrinho. Olho uma placa: sanitário gratuito. É nesse mesmmo. Fui, passei por uma catraca, e saiu uma senhora da limpeza do banheiro. Ohhh, bom sinal, bom sinal. Quando eu entro, três sanitários: um ocupado, dois vazios; um rolo de papel novinho, fechadinho; o banheiro limpinho. Mazáaaaaaaaa, é lá mesmo. Pego um monte de papel, só por precaução, e entro na 3a portinha. Arrumo minhas bolsas, casaco. Tiro o celular da bolsa: 12h50. Ok. Sento tranquila, aquela barulheira de rodoviária, eu, o celular. Fico explorando os joguinhos que há no aparelho. Ah, sim, já anotou meu cel novo? é 87090640, é da Oi. E controlando a hora. 12h55 levantei minha bunda gorda, com a sensação do dever cumprido. Senti-me mais leve, outra pessoa. Até encararia a viagem até Salvador na boa.

Entrei no ônibus e vi que meu assento era o número 1. Primeira vez que sentei no número 1! Fui assistindo a um filme engraçadinho, histórinha duma menininha tarada por física e que era cdf (clássico) e queria ir pra Harvard (ai, americanos), mas acabou virando patinadora.

O filme terminou quando o ônibus adentrava o terminal rodoviário de Salvador. Bom, né? Um sol do cão, dei uma pequena pernadinha e fui renovar minha carteira de meia passagem do ônibus. Uma fila do tamanho dos infernos, mas foi rápida, levei meia hora.

Vim pra casa e só então me dei conta que me sentia melhorzinha do estômago. Não o suficiente pra comer.

Fui pra Unime, e a dor no estômago voltou a aumentar. Eu queria muito ter ficado em casa, deitadinha. Meu estômago reiniciava a luta contra a minha pessoinha. Na volta, jantei canjinha.

Na terça foi deflagrada a greve dos rodoviários em Salvador. Estamos sem ônibus até agora. Sem ônibus. Eu disse sem ônibus. Não há ônibus. Tá ligado? Tudo tem que ser feito à pé, ou de carro, ou de táxi, ou de transporte clandestino. Ah, sim, há quem tenha bicicleta. Isso implicou em eu não ir pra Feira a semana inteira, e suspender as aulas. E ter um puta atraso no estágio. Que merda!

Ah, sim, falando nisso, o estômago foi melhorando... na quarta fui na meeeerda (denovo) do Bradesco. Fui obrigada a abrir uma conta no Bradesco pra receber pelo estado, né? Aí fui no banquinho: fila. Super fila. Para o caixa eletrônico!!! Mega absurdo. Depois de um tempão na fila, chego na maquininha, e não funciona o troço. Que ódio. Tá. Entro no banco. Saio. Entro. Saio. Sim, estou encurtando a história. Mas entrei e sai umas 4 vezes. Nesse meio tempo uma menininha lá tentou me empurrar uns cartões de crédito. Não funcionou. Tentou outros, não funcionou. Daí a gerenta disse pra ela me falar do Bradesco Mega Ultra Super Power Express para funcionários públicos. Cheio de vantagens pra foder com o funcionalismo. Por exemplo: limite do cartão no valor de 200% do salário. Lindo, né?

Depois de muito tempo consegui fazer o que queria no banco, e fui pra academia. Saí da academia e fui olhar o celular, pra saber se o Pedro tinha ligado ou mandado mensagem, já que eu havia surrupiado o carro dele pra fazer essas voltinhas. Sim, não tem ônibus em Salvador. Aí procuro o celular. Os celulares. Nada. Puta que pariu. Volto no banquinho. Pergunto pro merda (sim, já voltaremos a essa parte) do segurança se ele viu meus telefones. E responde que não, sem ao menos olhar na minha cara. Explico a situação e ele diz, os únicos celulares que eu vi foram os que estão ali, senhora. Senhora meu cu, né? Eu olho pra ele com ares de "tá, seu bosta (tema recorrente), que faço eu?" Ele me diz, fala com o gerente. Lá fui eu falar com o gerente, que diz, procure o setor de serviços diveros. Lá fui eu. Perguntei pra mulher lá, e ela: "só um pouquinho". Ficou enrolando lá, terminando de atender alguém. E eu ali. Esperei, esperei. Aí depois ela virou e perguntou como era, eu disse que eram dois Nokia, ela esticou o braço, pegou os aparelhos e me deu. Custava ela ter feito isso antes? Custava ela ter me poupado da dúvida se haviam ou não encontrado uns celulares?

Mas era quarta-feira, o dia estava lindo, passei no BB - banco amado - e vim pra casa. Devolvi o carro ao dono de direito e fui comer alguma coisa. O estômago estava voltando ao normal. No meio da tarde, fui ao cinema. Sim, sim, à pé, baby. Encontrei-me com a Ane e assistimos Manual do amor. Foi bem engraçadinho. Foi bom. Na volta, vim caminhando, claro. Mas, mas, mas qual não foi minha surpresa quando vi um coletivo rodando. Corri e peguei-o. Poupou-me uma boa andadinha.

À noite a Cris ligou. Convidou pra jantar no Takê. Fui. Eu gosto bastante do Takê. Jantamos, batemos muito papo. Estava bom.

Na quinta, Salvador continuava sem ônibus e não arrisquei ir no meu compromisso semanal na Barra, pois teria que voltar à pé, e à noite. Melhor não. Fiquei trabalhando em casa, lendo resenhas, corrigindo trabalhos, fechando notas. Almocei um feijãozinho tri bom, com farofa de proteína de soja (lembra, mãe?).

Durante a madrugada acordei várias vezes. Dormi muito mal. Sim, ele. O estômago resolveu voltar-se contra mim novamente. Sentia muitas dores. Levantei algumas vezes para ir ao banheiro, mas não resolvia em nada. Eram dores, dores mesmo. Hoje acordei, tomei um remédio, tomei um chá. Não tenho coragem de comer, e meu estômago dói muito. Não sei o que fazer. Espero que passe.

Que merda, né?


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