Ok, here we go...
Na sexta-feira, 11 de novembro, o dia foi uma super correria, como a semana toda já tinha sido. Fiz coisas em casa, fui no shopping comprar eurinhos, na verdade fui no banco do brasil, mas a fila era enorme, então saquei e fui no shopping Barra. Depois fui fazer uma entrevista para a dissertação, às 11h30. Vim para casa, o ônibus demorou séculos. Não, muda. Primeiro eu fiz a entrevista, depois eu fui pra Barra. Isso. Daí cheguei em casa quase às 14h. Tomei um banho à jato e fui para a ufba, tinha uma reunião às 14h. E já levei a minha mochilinha e casaco. Já estava de tênis e jeans e collant, roupas com as quais eu ingressaria no outono europeu, horas depois. Saí da reunião e fui para o aeroporto, conduzida pelo Alexandre que foi muito fofo em me acomparnhar até lá no fim do mundo. Check-in, 14kg na mochila. E esperar. Andamos pra lá e pra cá. Tomamos milk shake do Bobs - culpa do gatchinho da covinha que me introduziu (ui!) a delicia de ovomaltine. Encontrei uma colega do mestrado no check in. Quer dizer, eu a vi, mas ela não me viu. Depois o esbaforido do Fábio chega para me levar uns euos, para entregar pro Pedro, a quem ele tinha pedido para comprar um livro. E então eu entrei para a sala de embarque. O embarque internacional é ridículo, uma salinha pequena, uma lojinha no duty-free e um carrinho ambulante vendendo chicletes, balas, chocolates e cigarros. Pobreza.
Sentei-me na primeira fileira da econômica, uma loirinha sentou-se ao meu lado. Na verdade quando eu fui sentar ela estava no meu lugar, e tipo dormindo. Eu dei um cutucão e disse que aquele era o meu lugar. Dormi parte da viagem. Adoro pedir refeição diferenciada, ela chega sempre primeiro e fica diferente dos outros. Row, row, row. O vôo foi looooooongo, saiu pouco depois da hora prevista, que era 19h05. Cheguei em Lisboa na hora, mas o relógio do avião mostrava uma hora a mais, e eu pensei que estivesse atrasada. A entrada foi tranquila, apesar da mina da imigração ter feito várias perguntas, pedido uns papéis.
Achar o lugar para pegar as bagagens foi uma tarefa interessante, andei pra lá e pra cá até finalmente encontrar a esteira. Procurei um banheiro e não achei, precisava fazer duas coisas: xixi e escovar os dentes. Não, eu não uso banheiro de avião. Peguei minha mochilinha e saí. Na saída dou de cara com um gatchinho de blusão preto, todo fofo. E uma mina louca me chamando e perguntando se eu tinha desembarcado de salvador, se não tinha um cara assim e assado no vôo, eu disse-lhe que não tinha reparado e fui ter com o Pedro. Fui no banheiro, voltei uma pessoa renovada. Então sentamos e ganhei presentes lindos e fofos: uma linda bolsa de cor meio vinho, rubi, vários pacotinhos de incenso, dois livros, e uma camiseta, todos da Inda. Ah, sim e um mini-radinho que tenho certeza que me foi dado só por ter a inscrição "smirnoff ice", como se euzinha aqui fosse alguma super bebedoura.
Depois fomos fazer o check-in, para Veneza! Lindinho, né? Passar um final de semana na cidade das gôndolas. Muito chique, muito chique. Aí fomos pra sala de embarque e ficamos esperando o vôo. Fomos, num friozão até a aeronave, de onibusinho, tá ligado? O vôo para a Itália foi looooongo, mas foi bom, dormi um pouco. Ah, sim, isso era umas 8h e pouco da manhã, horário de Portugal, 5h e pouco, horário de Salvador, 6h e pouco, horário de Porto Alegre, 9h e pouco, horário de Veneza. Sentiu o drama, né?
Chegamos em Veneza e pegamos um ônibus até a ilha. Assim, no aeroporto a latinoamericana aqui ficou sem saber se saia normalmente pela porta onde todos saiam ou se tinha que ir num outro lugar, por ter passaporte brasileiro, mesmo tendo vindo de um país do espaço schengen. Daí saí da porta mas voltei, com a consciência pesada, mesmo a porta tendo sinais gigantescos de que não se devia voltar por ali. Daí os policiais italianos disseram para eu sair. Oh oh. Fomos num trocinho de informações para saber se eu precisava de algo ou não, enfim, não precisou. Pegamos o ônibus, chegamos na ilha e fomos para o hotel. Foi super fácil de achar, Hotel do Canal, Canal and Walter, é o nome, muito fofinho. Chegando lá encontramos o Heiko e a Veronique na recepção, esperavam por nós. Então subimos, largamos as coisas e saímos para almoçar, às 14h de Veneza, 13h de Portugal, 11 de Porto Alegre, 10h de Salvador.
Andamos, os quatro, pelas ruazinhas de Veneza, passamos por praças, por pessoas, por monumentos, por canais, e chegamos num restaurante pizzaria indicado pelo livrinho guia que o Heiko tinha. De fato o restaurante era muitíssimo fofo, mas só serviam pizza após às 19h. Almoçamos bem, comi uma super salada e massa. Mais suquinho de laranja. Estava bem bom. Depois andamos um monte pela cidade. Pense na Oxford St. ou na Daslu... pois é, Veneza tem zonas com muitas lojas podres de chiques, as mais famosas marcas mundiais. Aham, fiz muitas compras, sim. Escureceu, esfriou, paramos num cafezinho e tomamos chocolate-delicioso-quente, depois fomos em busca do hotel, demoramos um tempão pra chegar lá e eu congelando de frio. Lembre que eu trazia as roupas de Salvador mais uma básica e um casaco, apenas. Aí, eu, congelada, finalmente comecei o processo de degelo ao entrar no hotel, com aquecimento, naturalmente. E senti meus ossinhos voltarem ao normal. Banhinho, colocar roupa de verdade e sair pra jantar. Fomos na estação de trem e depois muito perto dali num lugarzinho onde comi um trocinho enroladinho muito bom. Comi dois, na verdade, e foi demais.
No domingo tomamos café da manhã no hotel e foi interessante prestar atenção nas pessoas sentadas nas outras mesas: um casalsinho frances, ela com brinquinho de perola, roupinha toda certinha, carinha de francesinha; uma família inglesa, a filha meio fashion, os pais, e todos ali papeando, uns velhinhos sei lá eu de onde, e por aí vai. Saimos para um passeio de barco pelos canais. É assim, imagina Londres, com o sistema do tube, certo? Os mapinhas, as linhas e tal. Imagine Buenos Aires com o subte, imagine as linhas de ônibus no Brasil... pois é... em Veneza isso vira barco. Então tem as linhas de barco, seus itinerários, pega-se barco como se pegasse onibus, ou metrô. Engraçado, né? Tá, então pegamos e fomos dar voltinhas pelos canais. Depois descemos e passeamos a pé pela ilha, almoçamos no mesmo lugar onde havíamos jantado na noite anterior e o cara fez um chocolate quente pra mim divino. Muito bom mesmo. Quando o multiply estiver funcionando e deixar eu colocar minhas fotos lá vocês verão o chocolate. E ele foi super simpático. Eu comi um daqueles negocios enroladinhos, e chegou uma menina (espanhola, colombiana, mexicana... sei lá, algo assim) e pediu um chocolate quente. Ele fez pra ela, e eu lá, comendo meu enroladinho. O chocolate dela ficou tão lindo que eu, invejosa, pedi um igual. E ele fez. Muito fofo ele. Gostei bastante do lugar ali, e do staff.
Depois andamos, andamos, andamos, brinquei de água com espuma na Lush, paramos num cafezinho fofinho, tomei um chocolate quente, que obviamente nem chegou aos pés do outro chocolate e comi um tiramisu. Acho que os tiramisu que comi no Brasil são mais gostosos. É provável que não sejam verdadeiros tiramisus, mas são mais gostosos. A partir de agora acho que não sou mais fã de tiramisu.
Voltamos pro hotel, banho, ver tv. E o telefone toca, era o Richard, meu fofo super enrolado. Ele estava em Veneza e combinamos de nos encontrar na manhã seguinte, no aeroporto, quando eu fosse embora. Isso porque ele e sair denovo pra jantar. Comemos pizza. Uma pizza tri boa. Depois paramos num micro pub e tomei um sorvete italiano. Eu não poderia ir embora da Itália sem provar o sorvete, né? O atendente do micro pub era bem gatinho. Italianos são, de fato, gatos.
Na manhã seguinte, foi só tomar o café e partir para o aeroporto. Lá encontramos o Richard e a Bruna, irmã dele. Tomamos um café e depois partimos para Lisboa. Vôo looooongo. :-)
Chegamos em Lisboa e fomos para Coimbra, de carro. Chegamos lá à noite, acho que era uma 18h, horário de Portugal (15h horário de Porto Alegre, bla bla bla), fomos para o Ibis à margem do Rio Mondego, depois rodamos um pouco pela cidade e fomos jantar na casa da mãe do Pedro. Ela preparou uma carne que eu não sei qual é tri boa, uma lasanha para o vegetariano-mala-sem-alça do filho dela e salada. Comemos, com deireito a sobremesa dupla, frutas e ovos moles, um doce típico duma região ao norte de portugal. Tri bom, tri bom. Depois ela foi para suas classes de pintura - ela pinta, tem vários quadros lindos pela casa e eu e o Pedro ficamos vendo tv, começou aquele filme
When Harry met Sally, que eu adoro. Mas não vimos todos, e fomos dar voltas pela cidade. Coimbra é muito bonita à noite, andamos muito mesmo, pra lá e pra cá, por todos os lados.
Na terça-feira o Pedro foi trabalhar e eu fui bater perna pela cidade, andei, andei, andei. Andei muito, pra cima e pra baixo. Andei de ônibus também. Fui no shopping, fui no centro histórico, fui na universidade. Primeiro eu comecei pelo centro histórico, aí entrei numa ruazinha, e fui subindo, subindo, entrei numa galeria de arte, vi uma exposição de mosaicos do não-sei-aonde, depois andei e andei, continuei subindo por ruelas com casinhas bonitinhas, bem velhinhas, algumas traziam azulejos pintados com dizeres como 'aqui viveu o escritor fulado de tal' ou 'aqui viveu sicrano' e por aí vai. As ruas com paralelepípedos, as casinhas com floreiras, bandeiras de portugal, roupas estendidas no varal da janela.
Subi, subi, cheguei na Sé Velha: linda. Depois cheguei na Sé Nova. Imponente, mas gostei mais da velha, que era em pedra, linda de morrer. O órgão da Nova, entretanto, é colossal. Então fiquei andando por entre os prédios da universidade, que é fantástica. Os adjetivos não estão sendo exagerados, juro. Fui numa exposição dentro das comemorações do Ano Mundial da Física, na biblioteca, a exposição é muito bacana, tem os periódicos com os artigos originais do Ano Mirabilis - ano em que Einstein publicou seus 'artigos que mudaram o mundo' , 1905 - jornais portugueses falando de noticias relacionadas à física, falando da ida de Einstein a Portugal, das palestras proferidas pelo Langevin na Universidade de Coimbra. Passei um tempão lá na exposição, foi muito legal. Linda mesmo.
Desci pela rua onde ficam os arcos em frente ao Jardim Botânico, um antigo aqueoduto. Entrei no Jartim Botânico, mas não andei muito por lá. E fui numa papelaria/xerox ali em frente, que tinha acesso a internet. Entrei, li uns emails, uns ois pelo msn, Eduardo, e o stress como Banco do Brasil. Peguei o telefone da Embratel para ligar para o Brasil e saí dali, liguei para mommy e pro BB. Depois passei em frente ao restaurante universitário, ensaiei uma entrada, mas morri de medo de me pedirem identificação. Desisti. Desci a rua, saí na Praça da República, fui num posto de informações turísiticas. Falei com uma menininha que parecia estudante, estagiária, ela foi simpática, me disse, basicamente, que não tinha muita coisa pra ver na cidade, e quando perguntei por um local para almoçar ela disse que eu poderia ir no rest. universitário, porque ninguém pede identificação.
Aquilo me incentivou, mas fiquei com medo de ser a brasileira que paga mico. Tá, dei uma volta na praça, fui no Correio, criei coragem e fui no restaurante. Mas não entrei, fiquei na parte de fora, onde se pode comprar lanches, e comprei uma baguete. Maravilhosa. Tri boa mesmo. Comi e fiquei uma pessoa feliz.
Depois desci novamente até a praça e resolvi pegar um ônibus. Rodei, rodei, depois desci no shopping center Dolce Vita, de uma arquitetura meio futuristica e tal. Bem bacana. Aí zanzei por lá. Logo que entrei no shopping ouvi a Adriana Calcanhoto cantando pelos corredores, meia hora depois ouvi a Margareth Menezes. O Brasil tá bombando em Portugal. :-)
Já falei das dezenas de anúncios de Trident com o Ronaldinho gaúcho como garoto propaganda? Pois.
Peguei um ônibus e voltei para a Praça da República. O ônibus da ida tinha dado várias voltas, inclusive numa parte do caminho ele simplesmente parou, as pessoas continuaram dentro, o motorista desceu, acendeu um cigarro e ficou falando no celular. Coisa de maluco. Mas depois voltou e o ônibus seguiu seu percurso. Era uma espécie de fim de linha, mas sem a menor cara de fim de linha.
Segui pela rua onde tem a praça, passei por um cinema, entrei, vi que tinha em cartaz um filme português, fiquei com vontade de assistir, mas já era tarde. Continuei, vi o elevador, o mercado público, entrei comprei umas peras numa banca. Comi. Deliciosas, e custaram 40 cêntimos. Passei pela Praça da Manga (ou das mangas?) depois na 8 de maio, onde tem uma igreja muito linda... na praça tinham uns velhotinhos vendendo castanhas, como na foto acima. Não comprei porque havia acabado de comer as peras. Depois experimentei em Lisboa, e não gostei. É um um negócio meio farinhento, não sei. Acho que acostumei com ovos e açucar. Andei ali pelas ruazinhas, comprei pilhas numa lojinha e depois segui pela rua da Sofia. Fui fui fui até ver que estava meio perdidinha. Olhei no mapinha - que a estagiária do posto de informações turísticas havia me dado e me achei, voltei um pedaço, e segui até o Ibis. No caminho fui parada por uma jovem, que me pediu ajuda para os jovens portugueses, bateu papo, falou que gostaria de conhecer o Brasil, e me levou 30 cêntimos, e eu ganhei uma fitinha - tipo a do nosso senhor do Bonfim, a quem ela inclusive fez referência, comparando as fitinhas.
Tenho poucas fotos porque estava praticamente sem pilhas na máquina, um saquinho. Ai fiquei controlando. Só fiquei tirando mais fotinhos depois que comprei as pilhas lá na 8 de maio, com um senhor bem simpatiquinho: "o que a menina quer"? É engraçado eles ficarem me chamando de menina.
Fui descansar e logo em seguida o Pedro chegou. Banho, ver tv e sair pra jantar e ir ao cinema. Fomos no shopping e eu tomei uma Sopa de Pedra, é uma sopa típica de lá. Tem loja de sopas no shopping com menus do tipo 'número 1, número 2' do Mc Donalds, então eu pedi o menu 5: refrigerante, sopa, salada. Não bebi 1/4 do refri, tomei toda sopa, nem toquei na salada. E passei mal. Era muita comida. Fomos para a fila do cimena, e eu me sentindo mal. Fui no banheiro e chamei o Hugo (vomitei, para não portoalegrenses). Fiquei me sentindo um pouco melhor. Enquanto aguardavamos a entrada na sala, fui mais duas vezes ao banheiro, e aí sim, fiquei me sentindo melhor. Registre-se que eu não devo ter vomitado mais do que 5 vezes em toda minha vida.
Assistimos um filme com a Jodie Foster, não lembro o nome, acho que é flight plan, sei lá. Tri bom. Gostei mesmo. Primeiro porque eu amo a Jodie Foster, segundo porque o filme era bom. Ah, uma coisa interessante, lá quando a gente compra a entrada pro cinema, é como teatro, as cadeiras são numeradas. Então já se compra o lugar certo. Tri, né? Depois demos mais umas bandinhas de carro por Coimbra e fomos para um pub irlandês à beira do Rio Mondego, onde tomei um Moscatel e o Pedro uma Guinness, claro. O lugar é super bonito, deve ser legal no verão, porque o frio era de doer os ossinhos.
No dia seguinte saímos cedo, o Pedro foi trabalhar e eu fui saracotear. Fiquei do outro lado do rio, comecei a andar e tirar fotos e a pilha acabou. Cruzei o rio denovo e fui comprar pilhas. Cruzei o rio de novo, andei pelas margens, e fui na tal das Quintas das Lágrimas, onde tem a Fonte do Amor, fonte dos amantes, sei lá, um negócio assim. Ai, tem uma história do tal do Pedro com a tal da Inês, mas eu nem lembro direito, nem vou contar. Pesquisem. É uma historinha de monarquia, amor, plebéia e morte. Aí, estou lá eu feliz, contente e bela, num frio matinal do caralho, o sol ainda não estava radiante, o dia meio nubladaço, e adentro eu ao matinho em busca da tal fonte. Nem uma viva alma. E eu no meio do mato. Uma trilha cercada de arvores, arbustos, mato. E começo a pensar, e se um esquartejador aparece por aqui. Não, tudo bem, estou na europa, ninguém estaria no meio do mato, a esta hora da manhã, esperando por uma vitima, no meio da semana. Aí penso que os crimes mais horrendos da humanidade ocorreram lá, na europinha. Lembro de Jack, inglesinho. Do Hitler,
alemãozinho austriacozinho. Tudo gente de bem. Que fonte de dona inês o que, dei meia volta e saí de lá.
Cruzei o rio novamente e encontrei dois brasileiros, capixabas, na ponte, que estavam num momento 'eu sou turista', tirando fotos um do outro, então aproveitei e pedi para eles tirarem uma foto minha também, pra não ficar aquela coisa de eu nunca sair nas fotos.
Aí segui em mais uma sessão andar pra lá e pra cá tirando fotinhos. Parei na rua onde não passa carros e fui numa pastelaria (tipo casa de chá) e tomei um café e comi um doce lá. Ah sim, tudo que é pastelaria que eu passava pela frente eu entrava e via os doces. São tantos. São belos. São amarelos. Tudo é a base de ovos e açucar. Uma coisa super light. Aí, estou eu sentadinha e bela comendo meu docinho (pastel de tentúgal, acho) e vem uns pombos aos meus pés. Eu ODEIO pombos. Então eu dou leves chutinhos discretos para que os pombos saiam. E um imbecil na mesa ao lado pega e começa a dar farelos da comidinha dele para os pombos, daí a pombalhada toda vem pra perto. Eu dou chutinhos menos discretos mas o cara insiste no ato nojento. Entao pego meu pratinho, minha xicarazinha e vou sentar bem longe do cara e faço cara de nojo e saio resmungando, como boa futura velha que sou, 'que nojo'. Termino meu docinho e meu café e sigo na peregrinação.
O sol começa a abrir. Comecei a me dirigir ao lugar onde havia acessado a internet no dia anterior, para tentar resolver a questão do BB. Conectei, continuava não funcionando. Liguei para minha mãe no Brasil, ela não tinha voltado do banco ainda. Liguei pro BB, uma enrolação, uns funcionários incompetentes, com respostas padrão burras a la telemarketing. Irritei-me profundamente. Liguei para o cel da minha mãe, ela estava em casa, falei com ela e na real meu problema não foi resolvido. Aí decidimos chutar o pau da barraca e esperar até minha volta. Fazer o quê? Então fui almoçar. Cheguei lá no restaurante universitário, entrei na fila e fiquei a observar as pessoinhas. Cheguei ced, a fila já era grandinha. Melhor, assim eu teria mais pessoinhas para observar. Eu lá, na fila, pensando se me pediriam identificação, e então todos olhariam para mim, e eu seria expulsa, enxotada, humilhaaaaada. Mas fiquei lá, firme e forte, tentando um mimetismo. Quando cheguei perto do balcão das comidinhas fui vendo e imitando tudinho o que os outros faziam. O menino da minha frente pegou uma bandeja, eu peguei também. Pegou um guardanapo grande e colocou no fundo da bandeja, eu também. Pegou prato, talheres, guardanapo COPO. eu também. Fui fazendo tudo igualzinho. Observei que tinha uma jarra de suco de laranja - quer dizer, era meio amarelo, alaranjado, suponho que fosse de laranja. Cajá é que não seria, né. Tá. Observei que ninguém tocou na jarra. Eu também não. Mais próximo do caixa eu fiquei esticando o olho pra tentar ver o valor que todos estavam pagando, pra eu não ter que perguntar quanto era, né, bocó. 1,90. Certo, separei uma moedinha de 2 euros e fui, confiante. É um prato de comida que é servido por uma funcionária lá, tem um prato de sopa, um pão e uma fruta. Cheguei no caixa, estiquei a moedinha, ele pegou, e me deu 10 cêntimos. Eu sai rapidinho antes que ele mudasse de idéia e fui procurar um lugar pra sentar. Eu comi arroz, arroz, uma carne tri boa e salada. Sim, arroz, arroz. Quem pegou antes de mim comeu arroz e batatas cozidas, que foi depois de mim pegou arroz e batatas fritas, eu ganhei dois montinhos de arroz. Enquanto comia vi que outras pessoas traziam um pedaço gigante de lasanha no prato e muita salada. Invejei. E daí vi que tem uma outra parte do restaurante, onde servem refeições vegetarianas, e tinha até mais sobremesas. Se eu ficasse mais um dia em Coimbra certamente comeria lá. Saí de lá ali pelas 14h, quando o restaurante fecha. E fui descansar sob o sol, quentinho, numa praça ali, em frente à praça da república. Dei uma chocilhadinha.
Depois criei coragem, na verdade uma nuvem tapou o meu sol, levantei e fui subir umas escadas gigantes que têm lá, e dão para a universidade, subi e estava disposta a encontrar o Museu de Física. Parei numa barraquinha que havia lá dentro e fui comprar um refri, porque estava morrendo de sede, então eu vi uma Fanta Ananás. Achei engraçado e comprei. Tri boa, tem gosto de ananás, mesmo. E parece mais suco do que refrigerante. Andei um monte por dentro da uni e fui na faculdade de física. Clichê, eu sei. Andei pelos corredores e vi um cartaz duma palestra dum prof. dentro das atividades do AMF. Começara às 14h, já eram umas 15h, mas eu fui lá no auditório. Chego lá e vejo umas 10 pessoas, no máximo. E a porta fica bem ao lado do palestrante, em frente a plateia, então nao tive coragem de entrar. Zanzei mais um bocado por lá, vi a estrutura do curriculo dos cursos. E fiquei surpresa ao ver que eles têm mestrado em ensino de física. E então fui perguntar se tinham doutorado. Tem! Mais do que isso, doutorado em História e Ensino de Física. Perfeito, né? Quer dizer, perfeito seria se fosse História e Epistemologia e Ensino de Física. Confesso que fiquei altamente tentada a estudar lá. Andei mais um pouco, vi uns laboratórios, vi uns experimentos iguaizinhos ao do IF/UFRGS (tá ligado nos carrinhos nos trilhos de ar, iguaizinhos).
Depois comecei a descer, pelo outro lado e peguei o funicular + elevador, desci. Cheguei lá embaixo, sai do elevador e entrei denovo. Subi. E nisso paga-se por duas viagens, muito injusto. Ah, e paga-se como se fossem duas viagens de onibus. Deveras injusto. Lá em cima continuei descendo a pé e entrando pelas ruazinhas estreitas e pitorescas. Passei por um lugar que já não lembro o nome. Torre do Anto, eu acho. Era perto da Santa Casa de Misericórdia. Tem o Museu da Santa Casa, entrei, pra ver o interior tinha que pagar não sei quanto. Esquece. Aliás em Portugal tudo tem-se que pagar, diferentemente de Londres. A única coisa de graça foi a exposição esta do Einstein.
Desci, desci até chegar na rua onde não passa carro e fui prum café ali num largo cheio de mesinhas e cadeirinhas na rua. Quase em frente ondeu eu comi o doce e me estressei com as pombas pela manhã. Mas agora tinha sol. É lindo aquilo ali ensolarado. Na rua onde não passa carro tem velhinhos caminhando e conversando. Tá ligado a Rua da Praia? É isso aí. Uma coisa meio Praça da Alfândega. Só que sem as árvores.Sentei e comi um doce e tomei café. Era outro doce agora, não sei o nome. Era sempre um doce diferente. Na primeira noite a mãe do Pedro me deu ovos moles, na segunda noite o Pedro trouxe um montão de pastéis de nata (os pastéis de Belém do habibs), agora, estava eu a comer doces durante o dia.
Terminei o café e fui em busca da paragem (parada para gaúchos, ponto para baianos) do ônibus número 5. Ok. Pergunto eu prum guardinha gato. Um dos poucos gatos, diga-se de passagem. Não achei os homens lá muito bonitos. Aí ele diz que não sabe. Pergunto num ponto de ônibus prum motorista, ele diz que é só lá no Palácio da Justiça. Onde, raios, é o Palácio da Justiça - e vai dizer que você não lembrou dos Super Amigos? Eu Lembrei! Ok, entro na estação de trem, vou no guichê de informações, ela não sabe, porque não pega autocarros (ônibus). Sigo andando... muito tempo e muita pernada depois descubro que já passei pelo tal palácio, volto uma quadra grande, entro numa rua e voilá, o Palácio, o ponto de ônibus e o ônibus arrancando. Sentei minha santa bundinha e fiquei esperando. Nisto fico atenta aos papinhos das pessoas. Muito engraçado. Primeiro por ouvir o sotaque português. Segundo por ouvir umas velhinhas conversando. Hilário.
- O número XX passa lá também.
- Não passa.
- Passa, passa.
- Ah, pois passa.
É engraçado que tudo eles falam duas vezes. Por exemplo:
- Isto está errado.
- Não está.
- Está, está.
- Vocês está com sono?
- Não.
- Está, está.
- Comes muitos doces?
- Não.
- Comes, comes.
Uma eternidade depois... veio o ônibus. Peguei, andei pra lá e pra cá. Nem idéia de onde eu estava. Era noite. Peguei engarrafamento. Sim, engarrafamento numa cidade de 100mil habitantes. Até que cheguei num lugar que eu achei que fosse o lugar onde eu deveria descer. Perguntei pruma senhora se lá era a Pedrulha. E era. Eu tenho mais sorte do que juízo uma vez que nada indicava que aquele lugar fosse a tal Pedrulha. Acho que fui pelo faro. Desci. Aí perguntei prumas senhoras onde era o residencial tal. Uma começou a me explicar. A outra pegou e disse, não, eu levo a menina lá. E levou. E disse que tinha saúde, que tinha tempo, não tinha nada para fazer, e que as pessoas têm que ajudar umas as outras. E me levou. Muito fofa, né? Todos foram altamente simpáticos comigo, a exceção do palhaço que alimentava pombos dentro da pastelaria.
Cheguei na casa do Paulo, onde o Pedro estava, e fomos direto pro carro, rumo a Viseu, subindo ainda mais para o norte de Portugal. Lembro que eu até escrevi um post falando sobre a noite, que talvez tivessem escoriações, lembram? Pois. O plano era irmos patinar no gelo. Chegamos em Viseu e o trocinho do gelo estava fechado. Oh, que pena. Sem tombos. Fomos no Ibis. Lotado. Então fomos procurar um hotel, achamos um D. Duarte, perto da rua que tem um baita chafariz, bem no centrinho, bem fofinho o hotel, tri bonzinho. Eu gostei. Largamos as coisas e fomos procurar um lugar pra jantar. Fomos num hipermercado que tinha uma micro praça de alimentação - com 1 loja de sopas, 1 café, 1 casa de sanduiches. Tomei uma sopa com baguete. Depois fomos dar voltas pela cidade, andamos no centro histórico, um frio do caraaaaaaaaaaaaalho, várias construções em pedra, muitíssimo lindo. Voltamos pro D. Duarte.
Na manhã seguinte (isso é quinta-feira, pros perdidos), fomos ainda mais em direção ao norte, o destino: Porto (não, não é Porto Alegre, ainda que exista uma cidade chamada Portalegre, mas fica bem no meinho do país, mais pro leste). A Porto do vinho do Porto, tá ligadinho? Então subimos, passamos por uma cidade cheeeeeeeia de velhinhos, porque tem umas termas lá. Muito fofinho. O dia estava lindo, ensolarado. Passamos por outra cidade que não lembro o nome, e por Passo da Régua (eu acho), onde almoçamos. O menu: sopa, broa, cozido à portuguesa, vinho, sobremesa. O cozido é um pratinho bem light, umas carnes de gado, porco, frango, chouriço, linguiça, paio e umas batatinhas, cenouras e repolho. Cara, esta gente come bem. Muito bem. A comida estava uma delícia, o prato super bem servido. Eu explodiria se lá vivesse.
Continuamos no carro, pelas margens do Rio Douro. Sei que passamos por Lamego, mas não sei se isso foi antes ou depois do almoço. Acho que foi antes. Em Lamego tem no centrinho da cidade uma igreja, quer dizer a igreja não é no centro, do centro se vê a igreja laaaaaaaá no alto. Tem uma escadaria monumental. Muito grande mesmo. E linda. E tem tipo uma florestinha também, na real são uns matinhos numa estradinha que sobe, sobe, sobe, mas é bem bacana. Bem bacana. Passamos por oliveiras e eu vi azeitoninhas de verdade, em és de azeitonias (oliveiras). Agora eu acredito que azeitonas nascem de arvores e não são produtos sintéticos que já nascem em conserva. Provei uma azeitona em natura, é MUITO ruim.
Sei que após o almoço eu fiquei super bodeada, um sooooono. Também, depois de comer feito uma vaca, eu só poderia querer dormir, né? Sabe cobra quando come um boi? Essa era a sensação. Não, eu não sou cobra, e não, nunca comi um boi, mas me solidarizo com as cobrinhas e imagino como deve ser ruim a sensação, tá?
É super linda a paisagem no caminho para o Porto, fomos costeando o rio e passamos por onde podiamos ver os trilhos do trem. Portugal tem coisas surpreendentemente bonitas. E tinha um solzinho. Tava tri bom. E eu me segurando com todas as forças para não dormir e não perder a paisagem. Até que não aguentei. E quando entramos numa auto estrada, saindo da via bucólica, fui autorizada a tirar uma sonequinha, e dormi como um bebê. Depois acordei e seguiamos na auto estrada, de repente, não mais que de repente, um BMW bateu no nosso carro. Foi uma batida de leve, foi só no espelho retrovisor, mas foi uma batida, ora, o espelho voou fora. Aí o Pedritcho ficou a xingar até a 5a geração do motorista do BMW que, filhadaputamente, seguiu acelerando ainda mais. Chegamos ao final do dia em Gaia, que é tipo uma Canoas. Gaia está para o Porto assim como Canoas está para Porto Alegre, assim como Lauro de Freitas está para Salvador e talvez a melhor comparação seja, de Niteróis para o Rio de Janeiro, pois tem a poça no meio e de uma, uma vista fantástica para a outra. (pra contextualizar, é mau de professora). Dormimos em Gaia, na verdade. Bem, chegamos lá e fomos procurar a lojinha da Renault, pra tentar arrumar o retrovisor do carro da Lisa, uma amiga do Pedro. Sim, a menina empresta o carro pra ele e ele acaba com o carro da guria. Depois de muito zanzar e de pegar congestionamentos e obras e afins, encontramos a lojinha e conseguimos ter o espelho (que eles chamam de vidro) consertado. Fomos então achar o Ibis.
Banhinho, deixamos as coisas lá e fomos bater perna na cidade e jantar. Andamos em Gaia, pela beira do rio, a imagem do Porto é linda. Trocentas caves onde vendem o vinho do Porto - na parte de Gaia (a Niterói, a Niterói). Cruzamos a ponte, e andamos um pouco por ali e fomos procurar um lugar para jantar, para eu comer uma Francesinha. Não, não é uma menininha nascida na França com quem eu teria um caso lésbico, Francesinha é um prato típico da região. É outro light. É um sanduba, basicamente, mas turbinado. Uma fatia de pão de sanduiche, linguiças fatiadas, um bife, presunto (que eles chamam de fiambre), outra fatia de pão de sanduiche, um ovo frito por cima, e muito queijo por cima, derretido. Ai, joga por cima disso tudo um molho que leva vinho, várias coisas e camarão. Ah, e tem batatas fritas de acompanhamento. Basiquinho, né? O restaurante foi uma atração à parte. Duas senhoras super simpáticas, foram uns amores. E o lugar tinha uma trilha sonora bárbara, quando entramos estava tocando Aime Mann, wise up.E o vinho estava tri bom também.
Andamos pelo centro. Foi legal, mas não muito emocionante. Voltamos para Gaia, pegamos o carro e fomos para o hotel. Mas foi bom pra baixar a comida.
Na sexta pela manhã começamos a descer com destino a Lisboa. Primeiro tomamos café da manhã numa padaria perto da foz, onde o Rio Douro encontra o Atlântico. Foi legal, eu gostei. Passamos por Aveiro, uma cidade que tem uns doces muito gostosos e uns canais, um shopping chique com lojas de marcas famosas e caras e umas gondolinhas. Almoçamos lá. O almoço foi perfeito. O restaurante era, como diz um amigo meu, 'fabuloso', a comida estava ótima e o almoço foi divertido. Ah, sim, o prato: bacalhau com migas (pesquise o que é migas, eu não vou explicar tudo). Como eu comi uma mousse de chocolate e tomei um expresso, eu fiquei ligadona, apesar de ter novamente comido como uma jibóia. E aí descemos, descemos, descemos. Passamos pela Serra da Boa Viagem, de onde se tem uma vista espetacular do Atlântico (tipo quando se vê Torres lá do alto dos Aparados da Serra. Sinistro, entretanto, era ver as arvores todas queimadas, resultados dos incêndios ocorridos no verão. Uma tristeza.
Depois fomos até a Figueira da Foz e visitamos Seiça, onde tem um Convento, uma Capela e casinhas de uma única famíla, a família do Pedro. Agora eles já não mais moram lá, mas é onde moravam os avós e onde por gerações viveram os Carricinhos. Super fofo isso, né? Um lugar onde só viveu gente duma família. Imagina, anos e anos, séculos e uma única família. E a capelinha. Quantos Carriços não oraram naquela capela, templo sagrado. Toda bonitinha, octavada. Se eu fosse religiosa até teria orado.
Descemos rapidinho porque iriamos encontrar a mãe do Pedro em Coimbra, que iria com a gente para Lisboa. Passamos lá e fomos direto pela auto-estrada até Lisboa. Chegamos lá ali pelas 20h30 (horário de Portugal, né mané!). Fomos na casa do irmão do Pedro e então conheci o famoso sobrinho dele. Uma figuinha, o gurizinho é muito fofo e super agitado, tri falante, e LINDO, muito lindo. Os pais dele são lindos, em especial a mãe, tri bonita ela, e simpática. Ficamos um pouco lá e depois fomos catar o Ibis. Desta vez ficamos tipo em São Leopoldo, tipo em Camaçari, não em Lisboa. Estava louca para sair na noite lisboeta, mas eu estava muito cansada e queria descansar um pouco. Dormi.
Na manhã de sábado subimos para Sintra, um lugar perfeito. Muito, muito, muito lindo. Pena que chovia, aliás chovia desde sexta, quando chegamos em Lisboa. Achei Sintra uma cidade de conto de fadas, e com um bruxo mau: o garçom do café Paris, onde tomamos café da manhã. E eu odiei o garçom. Odiei, odiei, odiei. Mas o café era lindo. Depois descemos para outras cidades que não lembro o nome, passamos por onde o Luiz Felipe Scolari, atual treinador da seleção nacional portuguesa, mora. Bem, Pedro, depois, por favor, corrija e complete nos comentários as minhas falhas de memória.
Voltamos então para Lisboa, seguimos pela beira do Rio, o monumento do descobrimento, e mais uns outros prédios, monumentos. Não morri de amores por Lisboa. Achei tudo longe, e até meio sem graça. Ai, não sei.
Fomos na Fundação Gulbenkian, onde comprei uns livros que eu queria. Muito baratos, e ganhei 30% de desconto por ser estudante. Fiquei muito feliz.
Depois fomos almoçar no shopping, num lugar que eu realmente não gostei. Muito sem graça. Dica: quando for a Lisboa e alguém te chamar para ir até o Oriente, fuja! O almoço estava bom, sopa de pedra, mas meia porção. Depois tomei um sorvete Hagen Dasz. Amo esse sorvete, mas não estava tão bom. Não sei. Não tinha nem o mesmo sabor de um Hagen Dasz na praça numa tarde de verão em Amsterdam, nem o sabor do Hagen Dasz no centro de Londres, pós pub, com o Patrick, tampouco da sobremesa saboreada no Iguatemi em São Paulo. Sabores, sabores.
À tarde demos voltas pela cidade, foi legal. Fomos na Fnac, comprei o livro da Sarah, mas não vi os Ipod. O lugar parece bárbaro, lembrei-me da Livraria Cultura e do quanto gosto de passar horas lá dentro. Escolhas. Andamos, andamos. Choveu quando estávamos no bairro alto, então entramos num café, tipo uma casa de chá: linda, linda, linda, de uma arquitetura invejável, os detalhes internos eram deslumbrantes. Bem pequeno o lugar, e lindo. Pegamos um funicular e descemos, andamos de volta até o estacionamento e fomos pro hotel.
Jantamos pertinho do hotel, na estação de serviço, comi meia baguete, tri boa, com omelete dentro. Estranho. Depois saimos para Lisboa para os embalos de sábado à noite no bairro alto. Cara, muito congestionamento, incrível. Adorei ver movimento de gente, de ver um monte de bares e várias gentes. Andamos pelas ruas. Passamos por um bar onde rolava um pagodaço, dos ruins, e o lugar bombaaaando. Fomos prum bar, tomei um Moscatel. Fiquei louca pra fazer um tour pelos bares, uma coisa meio Ibiza. Depois decidimos ir embora e choviiiiiiia. Então ficamos mais um pouco. Até que resolvemos sair, chovia menos. Mas chovia. Como estacionamos um pouco longe, tinhamos que andar, a sorte é que era só descida. Só que pegamos a descida errada, e estávamos indo pro lugar errado, tivemos que voltar tuuuuuudo, subir e descer denovo. Apesar da chuva e de subir e descer, eu me diverti, gostei de andar por ali, gostei da noite no bairro alto em lisboa, e repetiria a noite igualzinha, com chuva e tudo. Meus pés estavam encharcados, meu jeans molhado, e pra mim estava bom.
Paramos num trailler e pedi um sanduiche tipo churrasco grego. O trailler era duns brasileiros. Cheguei feito pinto molhado no hotel, tomei banho e fui arrumar a mochila. Acho que fiquei até às 2h ou 3h da manhã fazendo mochila. É, acho que fui dormir às 3h. Acordei cedinho no dia seguinte, tinha que estar no aeroporto às 8h. Tomamos café no hotel e fomos direto pro aeroporto. Fila. Check-in. Sala de embarque, anda pra lá, pra cá. Fui no banheiro, me olhei no espelho e vi que estava sem meus brincos. Meus brinquinhos pequeninos (de prata) e que eu tanto gosto. Esqueci-os no Ibis. Droga. Liguei desesperadamente para o Pedro. Liguei usando moedinhas de euros. Liguei através de operador. Liguei a cobrar. Liguei de todas as formas possiveis. E nada. Tudo bem, trago lindas recordações de Portugal, e deixo meus lindos brincos. Cada um fica com um pedacinho.