sábado, agosto 07, 2004

Altos e baixos









Na quarta eu já estava feliz porque a noite tinha sido tri boa. Acordei bem.



Quinta eu fiquei tri feliz, recebi uma boa notícia: serei a mais nova bolsista do Cnpq. Tri. Ótimo.



Aí, minha sexta estava indo conforme planejado: caminhar até os Barris, comprar livrinho na LDM, pão e iogurte no Grão de Arroz, almoçar com uma amiga, depois ir pra reunião de orientação, e daí, aulinha. Depois, jazz no icba. Simples. Mas não foi, claro. Por que as coisas precisam ser simples, né?



Só que, quando eu estava na LDM comprando meu livrinho, meu orientador liga:



- Alô?

- Alô.

- Kate, sou eu...

- Sim?

- Estou aqui te esperando.

- Mas nosso horário é as 15h

- Ah, é?

- Sim, nós trocamos, lembras?

- Ah. E onde é que você está agora.

- Aqui nos Barris.

- Não dá pra vir agora aqui, rapidinho?

- Não.



Putz... daí eu sou a "insolente", né? Mas, tchê, se trocamos o horário para 15h - porque eu tenho aula às 16h e daí não preciso fazer duas idas ao campus num dia - e eu falei que estava nos Barris (que é um bairro aqui, ou seja, não estava pertinho do campus) por que ele ainda perguntou se não dava para eu ir lá. Aí perguntou se eu poderia ir mais cedo, antes das 15h. Eu falei que iria almoçar com uma amiga, e ele disse, depois do almoço, ali pelas 13h.



Enfim, eu fiz as coisas que precisava, depois vim pra casa, tomei um banho correndo e fui para a casa da minha amiga. Avisei que teria que comer e sair em seguida. Muito chato, até porque a gente tinha combinado de almoçar pra conversar e tal. Tá. Daí fui pra reunião.



Tudo ia muito bem até que, pra variar, ele resolve se alterar. Não dá para discordar ou não fazer o que ele quer que seja feito. Eu sei que, não sei como ele está acostumado, só sei que para mim este negócio de falar com o tom da voz alterado constitui-se grosseria. E eu não tenho o que falar com quem se altera todo comigo.



- Ãrrã

- Sim

- É

- Hummrrum



E pronto. Não tenho o que dizer.



Aí depois ele se acalma, senta... sim, porque no auge da "argumentação" ele se levanta. E então, volta a falar cordialmente.



Eu já tive chefe chato, chefe implicante, chefe exigente, chefe bacana... mas com grosseiria eu nunca lidei.



O que sei é que aquela reunião acabou com a minha sexta-feira. É impressionante. Não tem nada que eu faça que esteja bom. Não. Ele tem sempre que reclamar de alguma coisa. Se eu faço "A" ele reclama que não fiz "B". Se faço "A", "B", "C", ele reclama que não fiz "D". Sem contar esta marcação de vê-lo toda semana. Na real, duas vezes por semana, agora, uma com a disciplina e outra com a reunião. Não tenho um colega sequer que veja tanto, oficialmente, o orientador como eu.



Vou começar a considerar seriamente a possibilidade de mudar de orientador. Será que pode?



E ontem ele veio com um papo de que ele quer me ajudar, o que eu acredito, profundamente. Entretanto parece discurso de pai que arrebenta uma criança de porrada e diz que é pra educar. Como a criança que quer e precisa ser educada, eu quero e preciso ser orientada, mas não nestes termos.



Eu me dou muito melhor com a Cristina, a professora com quem trabalho, que todos dizem que é uma pessoa difícil, do que com meu orientador.



Eu sei que acabei chegando atrasada na aula das 16h. Sim, ele não estaria lá às 15h e queria que eu fosse mais cedo por isto. Mas saí da sala dele às 16h10 e ele ainda estava lá. Foi só pra atrapalhar minha agenda?



Ah, e nem falei no momento psicólogo, né? Porque ele disse pra mim:



- Eu sei como é que você é! Você quer ler tudo, aprender tudo primeiro, pra depois fazer. Esta coisa de ser organizada.



Minha sorte que eu também cruzei com um gentleman neste corpo docente.



Depois da aula vim pra casa e nem fui pro Icba. Depois o Olavo me ligou e eu disse que já estava tarde e nem fomos pra lá. Sem contar que eu já extava emocionalmente exaurida.



Pra completar acabei numa conversa não menos desgastante.



Parece que tudo aconteceu para apagar a alegria da notícia da bolsa.













Agora estou no piloto automático.







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