domingo, janeiro 05, 2003



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Ai, que odio



Pronto, tava demorando muito.

Acho que foi o primeiro Natal que eu tenho lembrança em que não briguei com a minha mãe, e primeira entrada de ano também.



Já estávamos há vários dias vivendo civilizadamente. Semanas, eu diria.



Mas claro, hoje ela resolveu apurrinhar a paciência. Eu me meto na vida dos outros? E eu lá quero saber ou deixar de saber onde ela vai, que faz e etc? Eu não. Foda-se. Mas ela é mãe, e claro que quer saber de mim. Até aí, tudo bem, mas querer encher o saco pq. eu ia sair de casa no domingo à noite? Ahhh vai a merda, né?



Não adianta, pais são assim... eu não fumo, nunca usei drogas ilícitas, não tomo porres homéricos, nem saio muito para festas. Trabalho, estudo, nunca fiquei pedindo presentes, não tenho filho(s), não vivo trazendo gente estranha para dentro de casa. Quando eu tava em Londres, sem dinheiro, sem lugar para morar, não foi para a minha mãe que eu pedi ajuda - até pq. dali não viria. Nunca pedi um conselho para a minha vida particular - e também nunca me foi oferecido.



Só não chegarei ao disparate de dizer que somos estranhas que vivemos juntas porque seria uma grande injustiça, mas não uma inverdade absoluta.



E o que mais me irrita é que eu engulo seco e continuo. Sempre. Porque preciso, né? Fazer o quê? Eu preciso desta casa para morar, se quero estudar. Eu preciso de comida. Quando eu tava lá fora e ela perguntava se eu estava com saudades eu respondia que não. Que mais poderia dizer? Ah, é... dava para inventar. Assim como eu poderia inventar sempre histórias mirabolantes, desculpas mil, álibis, e fazer um monte de "loucuras".



Não me venha querer abraços e beijinhos. Não me venha de desintendida como se nada tivesse acontecido. Não me venha com cartões de natal pedindo desculpas. É tão fácil, todo santo ano, me dar um cartão de natal pedindo desculpas.



A merda é que eu tenho boa memória. E eu lembro. E eu guardo. E vou somando. Tudo por uma vida menos ordinária.



Para quebrar ciclos, a gente tem que fazer sacrifícios, eu acho. O meu é viver aqui.



Eu não faço o mal intencional para ninguém, nada de ilegal também... então por que, raios, esta gente se mete na minha vida? Ah, e na boa, sejamos francos... que vida? O que sabe este ser sobre mim para querer se meter na minha vida. Dela já saiu há muito tempo, e nunca pareceu querer realmente entrar. Então para que esta hipocrisia agora??? Continuemos com o convívio civilizado, da filha-exemplo para as rodas de conversa com os amigos.



Engole. Isto. Seco. E afasta mais um pouco.

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Vai, abre teu coração...