sábado, abril 17, 2004

Yadda, yadda...





Eu tive aula das 9h às 13h e cheguei em casa fiz almoço... tinha que lavar roupa, mas como choveu, nem lavei. Daí fui dormir. Sei que acordei lá pelas 18h. Estava MUITO cansada. Esta semana foi uma das mais estressantes desde que cheguei em salvador. Sabe, eu cheguei no meu limite de stress.

Ontem foi um dia horrivel. Sabe o que o pessoal do setor de pessoal me disse? Que eu só vou receber em junho! Porque a folha do mês que vem fecharam ontem, e não dava mais para me incluir. Sabe 'mulheres à beira de um ataque de nervos'? pois é, tô assim. O meu processo está tramitando desde DEZEMBROOOO. É muito desrespeito. Depois que eu fui reclamar pro bispo, o processo andou em 2 semanas o que não andou em 2 meses.

Eu sei que quando a mulher me falou isto no telefone... foi automático, imediato, inevitável e involutário... eu desabeeeeeeeeeeeei a chorar. Tá, ela disse que talvez, quem sabe, de repente, desse pra dar um jeito de me pagarem em maio, mas não dependia deles e sim da Caixa Federal. Ela perguntou se eu poderia ir lá. Peguei um táxi e fui. Saí de lá sabendo que só receberei em junho. Eu queria ser tragada pelos céus e sumir da face da Terra. Só desaparecer por umas horas, uns dias. Ficar quieta.

Eu tinha um seminário pra apresentar à tarde e fui direto pro Instituto, porque já que a aula era das 2h às 6h, tinha que comer algo. Fui almoçar. No caminho cruzo com meu professor, que também é o coordenador do mestrado. Ele me pergunta se quero apresentar o seminário na 1a ou na 2a parte da aula... tanto faz. Ok, 1a então. Eu já querendo seguir caminho e ele pergunta como anda o meu processo e tal... daí, putz, sabe quando tu não queres falar com ninguém, porque qualquer "a" que tu digas tu choras? Daí, claro, comecei a involuntariamente e automaticamente a chorar. QUE ÓOOOOOOOOOOOOODIO.

Tipo, eu poderia chorar pra qualquer pessoa, menos pra ele. Eu sei que ontem mesmo ele deu um jeito de falar com uns outros professores, fizeram uma vaquinha e colocaram um dinheiro na minha conta. Daí agora eu não sei se choro por não ter dinheiro, ou por ter este dinheiro que eles me emprestaram. É uma situação muuuuuuuuuuuuito ruim e não por orgulho, porque não vejo problema em ter dinheiro emprestado, mas me irrita a falta de respeito, de responsabilidade de toda uma máquina administrativa. E eu estava com este ataque de choro nem tanto por nao ter grana - ok, não tenho dinheiro, mas nisto sempre se dá um jeito - mas pela situação de descaso, desrespeito, sabe? Isto me cansa... e vai somando tudo... e daí já começo a pensar se tem algo que valha a pena... começo a colocar tudo num caldeirão só... lembro da flatmate que não dá descarga, que não compartilha de uns hábitos de higiene, não compartilha as despesas da casa,... e já fico lembrando da escadaria que dá acesso a minha casa, sempre cheia de lixo, e lembro que nem ido ao cinema eu tenho ido - que é uma das minhas maiores fontes de prazer na Terra - e penso no meu trabalho, nos alunos que simplesmente não vao à aula, que nem ligam para o curso... e neguinho achando que eu por eu estar na Bahia estou num parque de diversões! E - pode falar que baixou a "sulista" agora - eu acho que isto é ainda pior aqui em Salvador. Porque eu nunca passei por uma situação assim antes. E muito amigo meu e conhecido juuuura que eu gozo de uma posição financeira confortável, o que não é nem nunca foi verdade, mas também porque eu não costumo ficar fazendo papel de coitadinha... luto pelo que é meu por direito. Lembro dos maus bocados que passei em Londres, quando quase fiquei homeless, mas dei um jeito, mesmo tendo ficado apavorada. Porém parece que aqui se tu não és coitadinha, se tu não falas com fulano e sicrano, a coisa não anda. E o lance do meu processo só andou porque eu falei com chefe do meu departamento - que eu já conhecia lá da Costa do Sauípe -, que falou com a diretora do cppd e bla bla bla.



Outro dia um aluno me disse que adora Salvador mas que quer ir embora daqui porque não aguenta o desrespeito com que o cidadão é tratado, desde as mínimas coias (ele já morou em Minas Gerais). E eu entendo ele.



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