quinta-feira, agosto 20, 2009

NYC? Si, como no!





O Martin veio para cá em Agosto e passou uns diazinhos comigo. Logo quando chegou fomos fazer um tour aqui pelo bairro, reconhecimento da área, ir ao supermercados - para ele saber onde comprar coisinhas durante a semana. Passamos num super aqui perto e ganhamos provinha de Strawberry shortbread que é uma torta de morango bem tradicional aqui.



Fomos no Fairway - meu supermercado favorito para comprar legumes, verduras e carnes - e ganhamos provinhas de café gelado (ao leite, capuccino e puro).

De lá subimos pela Broadway e passamos num outro supermercado onde ganhamos provinhas de frango fatiado. Depois andamos, andamos e na volta passamos pelo West Side Market - meu supermercado favorito para comprar queijos - e comemos provinhas de queijos e bolachinhas de arroz com molhinhos variados.

Passamos também pela Ricky's, minha loja favorita de produtos de beleza, higiene, fantasias etc.




O plano era ir para um brunch num lugarzinho bacana que eu tinha ido com a Brenna, mas não tínhamos comido nada. O lugar é famoso pelo brunch. Mas cadê a fome? Enfim, chegamos em casa e liguei para o lugar para ver até que horas era servido o brunch, tarde demais.

Pegamos o trem e fomos para downtown, ainda em busca do brunch sagrado. Quando saímos da estação do trem e começamos a andar, avistamos uma feirinha... e lá fomos nós. Andamos pra lá e pra cá. O Martin comprou um chapéu, eu comprei uma tajine - já que a minha, que comprei no Marrocos, ficou em Porto Alegre.



Na feira também acabamos comendo coisinhas de graça: granola, arroz, sopa... andamos um montão e passamos por mais outra feirinha e o dia - lindo, por sinal - passou. Não rolou o brunch mas nem tínhamos fome.

No domingo fomos para Chinatown para o brunch chinês: o dim sum. Acho que já falei que dim sum é uma das minhas comidas favoritas aqui, né? O Martin foi super corajoso e até comeu os temidos pés de galinha!



O dia foi longo... andamos, andamos e andamos por Chinatown, com direito a se perder um pouco, claro. Afinal, é Chinatown!

Fomos até o pier, descansamos, admiramos a Brooklyn Bridge e andamos pelo distrito financeiro, a famosa Wall Street e chegamos, claro, na meca do consumo (para mãos-de-vaca): a Century 21. O Martin ficou impressionado com os preços na loja. Fizemos umas comprinhas básicas e ele ficou de voltar antes de partir para Buenos Aires.

No meio da semana eu trabalhei e o Martin vôou as tranças pela cidade. Numa das noites fomos a um coquetel por causa da Fulbright. Era uma recepção na casa da família Gandhi. A casa que um dia foi a residência, em Nova York, da Eleanor Roosevelt. Chique do úrtimo. Depois de muitos vinhozinhos, voltamos pra casa



No final de semana seguinte nós fomos visitar a Jackie, minha eterna roommate e uma das pessoas mais queridas que eu conheci nos Estados Unidos. Pegamos um ônibus até Washington, D.C., o que levou uma viiiiida. Chegamos lá e a Jackie nos pegou e fomos encontrar a Karuna e um amigo delas em um restaurante em Georgetown, uma cidadezinha fofa que fica pertinho de Washington.



Fomos então para a casa da Jackie, em Bethesda - Maryland, e caímos num sono profundo. Na manhã seguinte tomamos café da manhã na Madeleine (meu lugarzinho favorito naquela região). Pegamos a estrada com destino a uma praia, a tal da Virgina Beach. Era longe. Este povo aqui acha que tudo é perto. Para eles, pegar a estrada e dirigir 6 horas para ir até a pria e voltar, no mesmo dia, é beleza. Gente sem noção, né? Como pegamos um trânsito dos infernos, mudamos os planos, paramos numa cidadezinha no meio do caminho e pedimos informações num posto para turistas. Acamos indo para um piscinão de ramos versão estadunidense. Ou seja: chique, mas com farofa. No caminho para o piscinão (que é um lago bem bacana, com ondas, num lugar super bonitinho). Paramos numa vinícula e experimentamos vários vinhozinhos. Uh, delicia: farofa turbinada!



No dia seguinte os latino-americanos foram finalmente tomar café da manhã tipicamente estadunidense. Sim, panqueca, café, ovos... só faltou o bacon, porque ninguém pediu. E para completar a festa, fomos às compras... em loja de 1,99 (que aqui é 1 dólar)! Pobre é um espetáculo, né? Não resiste a uma lojinha de quinquilharia. Mas nada como quinquilharia de primeiro mundo, não? Comprei uns livros bacaninhas, dicionários e badulaques mil por um precinho camarada.



De Bethesda pegamos o metrô para Washington e fomos bater perna na capital do país. Detalhe: sob um sol dozinferno (sic) e cheios de sacolas. O Martin, com peso na consciência ou cavalheirismo, resolveu carregar todas as minhas quinquilharias - que pesaram horrores - durante a bateção de parna na cidade. Ele fez isso porque eu já bati perna por lá em outros carnavais e então estaria indo 'só por causa dele', o que não é totalmente uma inverdade, mas tampouco me importo de revisitar lugares por onde passei. Fizemos o circuito básico dos prédios públicos e monumentos e depois pegamos o busum de volta pra Nova York.

Na semana seguinte meu portenho favorito foi embora e deixou ótimas lembranças para meu primeiro verão como "moradora" em terras Yankes.



sábado, agosto 15, 2009

Prazeres compartilhados




Jah que meu plano de verao estava indo por agua abaixo eu resolvi cair na agua. (Coisa fofa, cheia dos trocadilhos)

Meu plano B foi voltar a tentar aprender a nadar. A piscina do Teachers College foi reaberta durante o verao, apos um tempo fechado para reformas. Eh uma piscina historica, foi construida em 1904 e foi a primeira piscina coberta das Americas (agora eles mudaram o texto para uma das primeiras no país...). Fui olhar o preco das aulas, mas eram muito caras. Muito. Entao lembrei que a piscina do campus principal tambem oferecia aulas. Fui olhar os precos e eram menos caras. O problema foi que nao haveria turmas durante a segunda parte do verao, entao eu teria que esperar ateh o inicio do semestre de inverno, em setembro.

Frustrante.

Mas quer saber, eu resolvi pagar pela piscina no TC mesmo assim. Eu pensei: posso ir fazendo os exercicios basicos que aprendi uma vez, respirar, usar a pranchinha e ficar batendo perna, essas coisas. Paguei e fui, jah no mesmo dia. E fiquei fazendo exerciciozinhoos de respiracao e batendo perna. Bem bonitinha.

Depois usei o santo Google e o santo You Tube para tentar encontrar materiais, tutoriais que ensinassem a nadar. Encontrei. Aproveitei o servico de emprestimo entre bibliotecas e procurei por livros que ensinassem a nadar. Encontrei e fiz o pedido. Recebi meus livrinhos e alguns eram bons, outros nem tanto. Sei que comecei a praticar os exercicios dos livros, tentar imitar os movimentos dos videos, seguir as dicas que encontrava e pelos ultimos 2 meses e pouco eu tenho ido de segunda a sexta na piscina e praticado.

Durante esse periodo eu lembrava muito do Pedro e suas idas diarias a piscina. Acho que compreendi/compartilhei um pouco da sensacao de pequenas conquistas diarias. Uma coisa bacana em nadar eh a a superacao, de pouquinho em pouquinho, eh a conquista de alguma coisa. Seja melhorar a respiracao, seja melhorar um movimento de braco, de perna, ou fazer mais voltas na piscina. Eh sempre alguma coisa, pelo menos uma coisinha. A cada dia eu tinha um objetivo diferente e o bacana eh conseguir atingir esse objetivo. Os objetivos sao muito pessoais. Depois de semanas com a pranchinha, primeiro batendo perna, depois usando bracos e pernas, teve um dia que eu tentei fazer uma volta sem a prancha. Nao funcionou e eu bebi agua. Outro dia eu tentei denovo e funcionou. E hoje eu vou e volto sem pranchinha, coisa mais fofinha. Antes eu nao conseguia virar direito a cabeca e respirar, virar o corpo e manter o equilibrio, hoje eu consigo.

Nao, ainda nao sou uma nadadora (att. para o "ainda"), mas evolui bastante e isso eh motivador.

Minhas incursoes diarias na piscina, as 7h da manha, me rendeu uma rotina de dormir cedinho e acordar cedinho que tem me agradado bastante.

Agora chegou setembro e finalmente poderei me matricular nas aulas de natacao.

Gustavo Borges, Cielo e Phelps que se cuidem!

quarta-feira, agosto 12, 2009

Bici




Ha cerca de dois meses eu comecei uma nova etapa na minha vida. Perai, volta um pouco, na verdade comecou antes, no inicio do verao, pouco antes do final das aulas. Eu decidi que iria aprender a andar de bicicleta. Tudo bem, na verdaaaade comecou ainda antes, com a minha viagem para a Dinamarca. Depois de ver que eh possivel uma cidade ter boa parte do transporte baseado na magrela eu resolvi que nao poderia continuar sem dominar a bichinha.

Minha grande motivacao tambem foi o fato de eu me vi limitada durante uma viagem pelo fato de nao poder aproveitar tudo da cidade, explorar o que Copenhagen oferecia. Lah ha um programa subsidiado pela cidade em que uma pessoa pode pegar uma bicicleta em determinados pontos da cidade, utilizando uma moeda de 20 dinheiros. A pessoa pode rodar o quanto quiser e quando devolver a bicicleta, a maquininha devolve uma moeda do mesmo valor. Nao eh bacana? Pois e eu perdi isso.

Mas como eu iria aprender a dominar a alta tecnologia e destreza necessarias para manobrar a magrela?
Po, eu moro em Nova York, uma das cidades mais caras do mundo, neh? Onde tem muita gente rica, tem muita gente pobre... fui procurar alguma forma gratuita de resolver meu problema. Encontrei!

A cidade de Nova York, atraves de uma ong, oferece aulas para criancas e adultos aprenderem a andar de bicicleta, de graca. As aulas acontecem em diferentes parques da cidade, em datas variadas. Registra-se para as aulas pela internet, depois se recebe uma confirmacao. Ok, eu me registrei. Confirmado. Fui na aulinha, um dia lindo... foi num parque no Bronx. Eu mais um bando de mulher velha. Quero dizer, as idades variavam, aparentemente, entre 20 e 40 e poucos anos. A instrutura principal eh um doce de pessoa.
A tecnica empregada pela equipe eh a de dividir as habilidades para manejar a bicicleta em duas: equilibrio e pedalo. Primeiro treina-se equilibrar-se na bicicleta, depois eh que se introduz pedalar. Foi bonito de ver uma menina no comeco da aula, no mesmo nivel que eu, sair da aula pedalando uma bicicleta tal qual aquelas criancas no parque que ficavam passando por nos e achando tudo engracado. Eu, lenta que sou, fiquei uma aula inteira (de duas horas) praticando equilibrio.

Nao bastava eu aprender a andar de bicicleta, era preciso ter uma, certo? E pensei, como conseguir una ben baratinha... ou de graca? Catei e achei um programa que oferece oficinas para manutencao e construcao de bicicletas. Funciona assim: voce vai lah (no Brooklyn), participa da oficina, aprende o basico da engenharia da bike e dai comeca aprender a montar uma bicicleta, do zero. As pecas sao doadas e o tempo que se demora para montar uma bicicleta varia, pode ser duas semanas, tres, quatro... depende de quanto voce vai lah, trabalha na bike e encontra pecas que sirvam para voce. Ao final, a bicicleta eh todinha sua!
O pagamento? Voce tem que doar horas de trabalho para montar outras bicicletas e para ensinar outras pessoas nas oficinas.

Nesse lugar tambem se doa bicicletas para as pessoas que precisam, que nao podem pagar transporte publico, por exemplo. As acoes deste grupo fazem parte de uma organizacao "maior", os freegan. A ideia eh interessante e ha varios nives de 'freganismo'. Enfim, essa eh outra conversa...

Voltando ao meus planos de mudanca de vida...

Meu plano de verao era, entao, montar uma bici e aprender a andar de bici. Aconteeeeeece que as aulas soh acontecem se nao chove e em Junho choveu TODOS os dias em Nova York. Todos. Eu praticamente virei sapa, neh? Isso, como em Salvador.
As aulas sao bem espacadas e justamente nas aulas em que eu consegui me inscrever, choveu. Alem disso, as oficinas no Brooklyn eram na quarta-feira a noite (nao rolava porque era muito tarde e longe pra mim) ou no sabado. O que acabou nao rolando porque eu viajei praticamente todos os finais de semana no verao. Quando nao viajei, fui para shows, cinema, casa de amigas e amigos, sempre tinha algo para fazer.

Meu plano de verao estava indo por agua abaixo...


Foi entao que pensei num plano B!

(aguarde cenas dos proximos capitulos)