sábado, outubro 23, 2010

Mimada sim, e daí?


(Stefanie - pau pra toda obra, Karen - atual roommie, Sarah - ex-roommie, balzaca, Jackie - ex-roommie, I-Ching - pau pra toda obra made in Taiwan)


Já se passou uma semana. Agora é oficial, não tem pra onde correr: tenho 32 anos!

A festinha foi na semana passada, bem no dia do meu niver. Afinal, a pessoa tem que entrar no espírito de festinha quando o dia do aniversário cai num sábado, né? É presente divino, tá escrito nas estrelas, é conspiração do universo.

Buenas, vou tentar contar a historinha do meu niver da melhor e mais curta maneira possível, porque estou respondendo uma prova que tenho até segunda-feira pra terminar. Os dias aqui andam mais agitados do que nunca, mas deixarei minhas usuais reclamações para um outro post, neste, sou toda aniversário.

Eu não planejava fazer festinha e a única coisa que fiz foi divulgar para pessoas queridas meu "desejo de aniversário", que era uma contribuição de 10 contos para uma causa que eu apóio, o GEMS. O GEMS é um grupo que dá suporte a meninas que são exploradas sexualmente, e fica aqui em Nova York. O grupo faz um trabalho super interessante, resgatando meninas que estão em cárcere privado, há quadras de onde eu moro! Quer dizer, tem meninas de qualquer lugar do país, especialmente porque o GEMS vem crescendo, mas o lance é que o GEMS fica aqui em Nova York, onde há prostituição de menores, há cárcere privado e as meninas têm, com razão, muito medo dos cafetões. É uma realidade que muitas pessoas ignoram e tal e daí meu pedido de niver era levantar dim dim pra ajudar nos trabalhos do GEMS.

Aí depois que eu mandei por email e coloquei no Facebook o pedido, eu comecei a ver as doações. A primeira doação veio minutos após eu mandar o email, e foi da Naiara, minha baianinha em Nova York. Depois outras e outras doações foram enviadas e isso desencadeou uma vontade de reunir minhas pessoinhas queridas, ou seja, dar uma festinha.


Então juntei uma tradição estadunidense, o potluck, com o espírito de pobre que reside neste meu corpitcho, fazendo praticamente uma vaquinha. Potluck, na real, é o nosso tradicional "meninas trazem um prato e meninos trazem a bebida". Como uma expatriada que conhece várias pessoas na mesma condição, resolvi fazer um potluck temático e o tema era "memórias de aniversário". O lance era o seguinte, cada pessoa teria que trazer um prato, bebida, música, o que fosse, que tivesse relação com aniversários passados, coisas que elas lembrassem como sendo típica de aniversários em suas famílias.

No sábado, 16, a galerinha veio aqui pra minha casinha, prum lugar que seria o equivalente aos nossos "salões de festa de condomínio". Foi aqui no meu prédio, e eu fiz negrinho (= brigadeiro pra não gaúchos) e branquinho com côco (= beijinho para o resto do país). A Elise providenciou uma garrafa de velho barreiro e fiz caipirinhas até não querer mais. O Francis, bartender amador, me ajudou na elaboração da bebida. A Jackie, minha ex-roommate veio de Maryland pra festchinha, e ficou aqui de sexta à domingo. Foi super bom ver todo mundo. A festchinha foi às 5 da tarde, bem coisinha de balzaca dando uma de vou-fazer-festa-de-criança. E só não tive balão porque dava muito trabalho. Mas comprei toalha verde, guardanapos amarelos, copos azuis... distribui fitinha do bonfim pra todo mundo e, como sempre, não deixei ninguém esquecer que sou brasileira. Incrível como a gente fica mais brasileira fora do Brasil.


É ou não coisa de gente velha isso de ficar fazendo coisas de criança. Sim, porque quando eu era criança eu queria a morte e não queria balões e afins nas minhas festinhas. Tadinha da minha mãe...

O saldo do niver foi aaaalgo! Além das doações que superaram meu objetivo inicial (arrecadei 130% do pretendido), o povo veio e trouxe mundos de comidas, algumas com histórias mega! Como minha bonequinha de Taiwan (=minha amiga I-Ching) que trouxe o macarrão da longevidade e os pães de pêssego, que são tradições de aniversário pro povo do lado de lá. Teve também a baita ajuda da galera pra arrumar as coisas no "salão" e depois pra limpar tudo e trazer aqui pra casa.

Mas não é só isso!!!!

E o mundo de presentes que eu ganhei? Coisa mais amada! Minha outra amiga de Taiwan, Yi-Chung, me deu uma caixinha com uns doces tri bons, tipo uns sonhos, mas mais leves, um cartão mega hiper ultra fofo e um certificado pra eu ir num restaurante que, por acaso, eu estava mesmo louca pra experimentar (e ela nem sabia!). Não é a coisa mais querida? Gente, e uma colega minha do doutorado que me trouxe uma sacola do Trader's Joe (lembra, Martín, o mercadinho hippie organico estiloso?) cheeeeeeeia de compras do mesmo mercado (com um vidro de azeite delicioso, por exemplo). Meu, eu juro que fiquei totalmente sem jeito. Amei. Foram tantos os presentes. Sei lá, depois de velha acho que a gente perde essa coisa de ganhar presente, então foram todos inesperados. Ganhei uma bolsa linda, um livro de uma autora que eu adoro e sobre feminismo. O Fabio me mandou um sabonete de lavandatudodebom. Sim, o Fábio, que mora em Salvador. Uma amiga me deu um poeminha, uma caixinha de vidro toda chique e linda, mais umas outras coisinhas fofas e um Moleskin (caderninho ultra tradicional aqui) pra ser meu pequeno livro negro de segredos. Uh, várias histórias pra contar. Até parece. Ainda na ala livro, a fofa da Ivy me deu um caderninho tãaaaaaaaao amadinho. De mim pra eu mesma, assim, enquanto pessoa humana, me dei um espartilho e uma saia longa mega ultra. Ganhei flores, lipbalm, cartões, mimos e mais mimos.

Mas espere, ainda não acabou!

E as ligações telefônicas do além? (Além é qualquer lugar fora dos Estados Unidos, ou melhor, além é qualquer lugar que não seja minha atual localização.) Meus fofitchos ligaram pra me dar os parabéns. Sim, eu recebi o recado, Martín, é claro!!! Meu pseudo espanhol metido a inglês, e meu companheiro de tardes com Casos de Família.

E se você aguentar esta lenga lenga mais um pouquinho, tem mais!

(nada como os peitchos das amigas pra disfarçar as gordurinhas da gente, né?)

Claro que tem a ala recados no orkut e no facebook, que sempre me surpreende. Adoro aniversário como uma desculpa pra gente dar oi pras pessoas que a gente gosta e nunca tem tempo. Não se preocupe, quem nem me deu oi ou parabéns. Eu sou a rainha de não lembrar do aniversário de ninguém. Nem com lembretes do Orkut, Facebook etc. Portanto, não só não espero que demais seres lembrem do meu niver, como fico muito muito lisonjeada de receber um "Parabéns" solito. Isso é muito mais do que eu sou capaz de fazer. Então eu sei o custo de dar parabéns. E por todos os parabéns eletrônicos, fiquei super super feliz e me sentindo a bolachinha mais recheada do pacote.

E quando você pensa que acabou... tem mais. Sim!!!

Na sexta não tive tempo de abrir minha caixinha de correspondência, nem no findi. Daí na segunda-feira eu abri e tinha um envelopitcho do estado de Nova York. Abro. É um cheque no valor de 259 dólares. Para boa entendedora, meia palavra basta. Isso foi um presente divino de deus dos céus, pelas mãos do estado de Nova York, com a desculpa esfarrapada de restituição de imposto de renda. Espera, deus não quis apenas me dar dinheiro. O que deus queria era me dar o novo iPod Touch, que custa 249 dólares. Os 10 dólares restantes no cheque era pra passagem do metrô, mais um lanchinho na viaji (sic). Deus cuida dos mínimos detalhes. Na terça-feira fui na loja da Apple e comprei meu lindo maravilhoso esplendido não-sei-como-vivia-até-então-sem iPod Touch.

Fala sério, eu sou ou não mimada?

(aham, essa foi a versão resumida da história, e não reclama)

3 comentários:

  1. Lendo sobre a organização da festa e sobre os balões, lembrei de um episódio no 1615, da Bento. Depois vi que ainda lembras do fato. Toda a narrativa foi DEZ, dava pra se sentir na festa.Bjossss

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  2. Bem merecida toda essa comemoração para uma pessoa tão maravilhosa como você é. Inveja dos presentes! Gostei de ver nas fotos a Jackie "Bubbies" Hernández com o peitão maior do que nunca hahaha!!! Daqui a pouco mando umas novidades. BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

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  3. Aaaaaaaaaaaaaaai amei muito!! Queria ter estado mais presente (em todos os sentidos!). Me diverti lendo... Beijos lindinha....

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Vai, abre teu coração...