sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor ? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê ?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter juntos e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido ?
A resposta é simples como um verso: iludindo-se menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade


Ontem fiz uma pequena loucura. Em setembro ganhei o box do Chico. O box 1. Ontem me dei o box 2. Qualquer semelhança com setembro e fevereiro é mera coincidência. Ou não, como diria Caetano.

Outra novidade em ritmo baiano é que consegui um trabalho. Darei aulas em Lauro de Freitas, 1h e um pouquinho de viagem de ônibus. Três horas de aula por semana. Não ganha beeem, mas é melhor do que nada.

Eu tenho tanta coisa para arrumar na dissertação que minha orientadora perguntou se não seria melhor adiar a defesa. Saturei de mestrado. Hoje ela perguntou se eu não estava desanimada com a pesquisa, com os resultados. Pelo contrário, eu achei que o trabalho foi muito legal, gostei de tê-lo feito, mas a questão é que já deu o que tinha que dar. Paciência. Essa parte de ficar revisitando o que já escrevi... é horrível. Eu não tenho mais nenhuma linha para acrescentar. Não, não é que eu ache que o trabalho está ótimo e não tenha nada para ser mudado, mas é que eu já falei tudo que podia, nada mais tenho a dizer. Então não tenho o que aumentar. Eu tento, confesso, mas não consigo.

Farei as alterações sugeridas. Amanhã tem o casamento do irmão do Fábio. Láaaaa em Lauro de Freitas. Já até desanimei de ir, pensando na dissertação. Digo, pensando no monte de coisas que tenho que fazer.

Hoje o dia foi pro saco: primeiro tive reunião de orientação, das 9h até 13h e pouco. Saí lá do Instituto e fui na Caixa Federal ver o tal do cartão do PIS que preciso levar na 2a feira; depois fui na Varig, pedir crédito das milhas voadas pela TAP; depois fui no Banco do Brasil, qual minha surpresa quando não consigo efetuar saques porque meu cartão venceu. É, simples assim. Ligo para minha mãe, está na praia. Ligo pro Fábio e peço dinheiro emprestado. Vou tirar fotos 3x4, também para 2a feira. Volto no BB. Ah, sim, eu tinha pegado uma senha de atendimento, estava demorando horas, então fui fazer as fotos. Voltei no banco e esperei mais um pouco, minha senha não tinha sido chamada ainda. Sou atendida, o meu cartão novo foi enviado pra minha casa (porto alegre) e como não tinha ninguém em casa no momento, voltou pra agência. Até aí tudo bem, né? Mas eles nem me avisaram! Pra que existe aquela PORRA daquela caixa de mensagens na minha página do BB? Só pra me mandarem umas coisas imbecis, como o manual pra cadastramento de computadores. Vão pra puta que o pariu, né? Bem, mas eu estava de bom humor hoje...

Falei com o Frederico (do BB) que disse que eu poderia sacar com cheque avulso, e pediriam um fax do meu cartão de assinatura em porto alegre. Que onda. Tá, fui pra fila do caixa, fiquei lá lendo sobre as putas tristes, e sem stress. Em vários momentos do dia surpreendi-me com meu estado no stress de hoje. Não era eu.

Tem um poema do Mário Quintana, Das utopias , que é meu lema de vida. E continua. Mas acho que esse do Drummond me cai bem para 2006, que está quase começando. ;-)

Saí do BB, com dindin, e fui comprar saquinhos ofício e uma pasta. Segui para o Mundo Verde e compre maçãs e bananas chips, para lanchar. Sim, tudo isso e eu sem almoçar. Fui então em direção a parada de ônibus e passei em frente à Perini. Entrei para comprar alface. Acabei comprando pene em promoção, tomates sem pele (sim, frescurites italianas), queijo minas, tomates, azeitonas pretas e verdes... e alface. Peguei meu busunzinho e vim pra casa, almoçar. Cheguei às 17h30, tomei banhinho, comi. E agora cá estou. Atualizando meu contato com o mundo exterior e me preparando para ter com a dissertação. A bendita.

Depois eu fiquei pensando, com o dinheiro do box 2 do Chico dava pra eu comprar um mp3 player (se fosse em São Paulo, claro). Mas não, não teria o mesmo efeito.

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