domingo, julho 15, 2012

Saudades


É verão em Nova York e, como todo verão (todo pra mim, últimos dez anos pra quem está aqui há muito mais tempo), é tempo de festival de filmes brasileiros no Museu de Arte Moderna, o MoMA. Pra mim, é de grátis. Então já viu, juntou a fome, com a vontade de comer, e buffet livre de graça.

O primeiro filme que assisti, na quinta-feira, foi À Beira do Caminho. Um filme bem bem lindinho. Vale a pena assistir. Filme de chorar e tal -- como metade dos filmes brasileiros né? (metade é de chorar, com preto, pobre e nordestino, metade é de matar e morrer, com favela, violência e guerra, metade é de novela das oito, com copacabana, gente "bonita", jovem e classe média. Sim, são três metades.)

Eu chorei. Provavelmente por razões bem diferentes do que outras pessoas na sala de cinema choraram. E em um trecho do filme em que duvido que alguém estivesse derramando lágrimas. Chorei quando o caminhoneiro estava na estrada e ao fundo se via o Morro do Pai Inácio. Chorei porque me lembrei das minhas idas a Chapada Diamantina. Chorei porque lembrei dos bons momentos da Bahia. Chorei porque deu vontade de ir pro Vale do Capão. Chorei de saudades.

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