Na minha casa sempre tivemos muitas sombrinhas. Havia as sombrinhas preferidas, claro. Com o passar do tempo fui preferindo sombrinhas menores e menores, que coubessem em qualquer bolsa, ou bolso. Em Porto Alegre existe a empresa Fazzoletti que faz umas sombrinhas ótimas e bem pequenas. Eu amo.
Eu tinha uma sombrinha branca com preto, linda. Uma pessoa conseguiu quebrar minha sombrinha. Mamãe me deu outra. Eu consegui esquecer no carrinho do aeroporto no dia que fui buscar o Pedro. Quando voltei ao aeroporto já era tarde, alguém tinha pegado.
Mamãe me deu outra. Vermelha. Bem lindinha. Essa sombrinha vinha me acompanhando nos últimos tempos até que minha colega de quarto me pediu uma sombrinha emprestada na semana retrasada. Ela ia sair e não encontrava a dela. Eu estava deitada, ela bateu na porta do quarto, pediu a sombrinha, meu peito apertou, eu disse que ela poderia pegar. Eu iria dizer o quê? Olhei para a sombrinha e disse adeus.
No dia seguinte esperei pela sombrinha e nada. Esperei, esperei. O dia passou e nada dela me devolver a sombrinha. Eu tinha que sair, então me arrumei e na hora de sair bati à porta dela e pedi a sombrinha de volta. Ela disse que não encontrava, que achava que havia deixado no táxi na volta da festa. Restara apenas a capinha vermelha com detalhes em creme. Meu coraçãozinho partiu. Mas eu, num exercício de desapego tentei fazer de conta que meu mundo não estava caindo. Ela disse que sentia muito e que me compraria outra sombrinha, bem bonita. Eu apenas disse: que seja pequena, bem pequena. Minha colega emprestou-me uma sombrinha dela, preta. Céus, sombrinha preta? Preto é guarda-chuva. Enfim, peguei a sombrinha e sai.
Já se passaram duas semanas e até agora nada de sombrinha nova. Decidi que vou comprar uma. É o jeito. Então esta semana irei à cata de uma sombrinha bem bonitinha e pequena, se não encontrar, vou encomendar da Fazzoletti, lá de Porto Alegre. E podem me chamar de bairrista e materialista que eu nem ligo!
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Vai, abre teu coração...