Porto Alegre, 09 de março de 2004. Edição nº 14079
Comportamento
Jovens da Capital são mais liberais em sexo
Garotos e garotas são mais precoces na iniciação sexual e maioria acha que virgindade não tem importância
Os jovens portoalegrenses têm o comportamento mais liberal em relação ao sexo do país, semelhante ao dos cariocas. O retrato emerge da pesquisa Juventude e Sexualidade, divulgada ontem pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Brasília.
A liberalidade se exprime tanto na precocidade do início da vida sexual quanto na adesão ao uso de preservativos e diálogo sobre o sexo. Mais de 60% dos jovens porto-alegrenses do sexo masculino iniciam sua vida sexual entre 10 e 14 anos, enquanto 38,6% das meninas perdem a virgindade nesse período. No país, apenas 10% das crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos tiveram uma relação sexual.
A pesquisa mostra também que 68,1% dos jovens da Capital gaúcha acreditam que a virgindade não tem importância alguma. Em São Paulo, apenas 15,1% concordam com a afirmação.
A média de idade da primeira relação sexual na capital gaúcha é de 14,1 anos para homens e de 15 anos para as mulheres. No Rio e em São Paulo, a média é de 15,5 anos para as meninas.
Trabalho mostra diferença cultural
Entre as gaúchas, 7,7% das estudantes dizem já ter engravidado quando tinham entre 10 e 14 anos.
- O que mais chama atenção é que Porto Alegre aparece em uma posição mais moderna, principalmente nos aspectos que envolvem valores, semelhante ao verificado entre os jovens do Rio. É evidente uma diferença cultural bem significativa em relação ao Nordeste - analisa Miriam Abramovay, uma das coordenadoras da pesquisa e professora da Universidade Católica de Brasília.
A conversa entre pais e filhos sobre doenças sexualmente transmissíveis é uma realidade para 90% dos entrevistados em Porto Alegre. No Rio de Janeiro, o índice foi de 80%. Mas a informação nem sempre se traduz em mudança de comportamento.
Um total de 13% dos jovens gaúchos ouvidos acreditam que não correm o risco de pegar Aids mesmo sem preservativo, índice que chega a 30% em Maceió.
Os gaúchos também demonstram estar mais conscientes em relação à igualdade entre os sexos. Enquanto em Belém 11,5% dos estudantes afirmam que a preocupação com doenças sexualmente transmissíveis interessa mais aos homens do que às mulheres, em Porto Alegre 8% dos estudantes responderam positivamente.
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