Antes que setembro termine é melhor eu colocar algumas notícias por aqui.
Hoje faz um mês que estou em terras ianques. Cheguei aqui no dia 25 de setembro, desembarcando em Miami, onde fiquei por quatro dias participando de um programa pré-acadêmico no Miami Dade College.
Cheguei na capital da América Latina e fazia um calorão, abafado. No aeroporto, procurei o guichê do Super Shuttle e reservei um lugarzinho pra mim. Esperei um pouco e fui pegar um café. Quando fui comprar o café, dentro do aeroporto, percebi que
mim não falar su língua e inglês não era exatamente o problema. Algumas horas depois eu descobriria que a língua oficiosa em Miami é espanhol. Impressionante. Tudo bem saber que tem um monte de latinos por lá, mas é realmente impressionante perceber que inglês é a língua que menos se escuta por aquelas bandas.
Saí do aeroporto e meu shuttle tinha acabado de chegar. Embarquei. Eu e outro menino. Ele desceu primeiro. Depois desci, no hotel. Bem bacaninha o hotel. Era cedo, acho que 10h da manhã, ou 9h, por aí. Fiquei esperando no saguão. Resumo da mega ópera: Fui entrar no quarto por volta das 17h. Total absurdo. Eu estava morta.
Foda é que eu via todo mundo chegando e indo pros quartos e só meu quarto que nunca estava pronto. Tinha uma menina que também estava ali no saguão, mas às vezes ela sumia, e estava falando no telefone celular o tempo todo, então não imaginei que ela estivesse também esperando pelo quarto. Resultou que ela era minha colega de quarto.
O programa pré-acadêmico, aliás, é patrocinado pela Fulbright. E naqueles dias o hotel estava tomado de bolsistas Fulbright. Estudantes de várias partes do mundo, reunidos naquela cidade quente e a maioria recém chegando aos Estados Unidos da América. Foram quatro dias muito cansativos, em que tinhamos atividades oito horas por dia, mais atividades sociais à noite. Entretanto foi muitíssimo divertido e foi legal conhecer tanta gente de tantos lugares diferentes, de experiências diversas e culturas distintas.
Entre as atividades sociais, fizemos um passeio de barco pela baía de Miami, jantamos num restaurente na segunda noite (adivinhe, adivinhe!) que era uma churrascaria argentina! Foi bacana comer parrillada, mas certamente aquela carne não vinha da Argentina, ou estava muito mal preparada. Não me entendam mal, estava muito boa, mas não se compara à carne que se come na Argentina.
Minha colega de quarto, Brenna, é uma menina da Costa Rica, ela é fofinha, simpática, perspicaz e tem um bom senso de humor. Um achado. Outra pessoa bacaníssima que conheci foi o Daiyu, um japonês todo doce. Ele é a serenidade em pessoa. Nesse grupo de bolsistas tinha um brasileiro, Guilherme, de São José dos Campos. Ele foi para Princeton. Eu acho. a Brenna foi para Emerson, em Boston - onde vários dos Fulbrighters foram e o Daiyu foi para Columbia, em Nova York e é meu colega!
Pois sim, agora estou a residir na Big Apple e a estudar numa Ivy League. Chique, muito chique. Tudo bem, chique seria morar de frente para o Central Park, e ter um monte de dinheiro para gastar em NYC. Tá, calma, deixa eu voltar para Miami.
Na sexta-feira, 29 de Agosto, saí de Miami bem cedinho e vim para Nova Iorque (eu nunca sei se devo escrever Nova Iorque, Nova York, New York... para me safar disso eu normalmente escrevo NY ou NYC). Na madruga, reservei um Super Shuttle para a manhã, foi uma maravilha, especialmente porque vi meus colegas e outras pessoas saindo do hotel no mesmo horário e tendo dificuldade em conseguir táxi. Tinha fila de espera e o tempo era longo. O shuttle chegou na horinha combinada (6 da manhã) e depois de pegar mais uma pessoa, foi diretamente para o aeroporto. Cheguei lá, fiz meu check in na fila gigante e fui pra sala de embarque, comprei um lanche - porque não tinha tomado café no hotel, que começava só às 6h30) e logo em seguida começou o embarque. Terminei meu café na aeronave.
Desembarquei no JFK, peguei um iogurte e minhas malas. E, novamente, fui procurar o balcão do Super Shuttle - esse serviço é um espetáculo: muito mais barato do que taxi e tem em vários aeroportos dos EUA; a idéia é dividir o transporte com outras pessoas que estão indo para o mesmo lado e te deixam na porta, como táxi. Esperei um pouco e chegou meu shuttle. Mas demorou um tempão até eu chegar em casa, pois antes de mim o motorista deixou várias pessoas antes, eu era a última a ser deixada, e antes de me deixar, ele ainda pegou uma menina que estava indo pro aeroporto, e era na rota.
Cheguei no meu novo lar doce lar, peguei a chave e a menina subiu comigo, mostrou onde era e tal. Moro num apartamento (cujo nome 'técnico' é suite) com seis quartos, banheiro, cozinha. O banheiro é dividido em dois: a parte do sanitário em si, com espelho e pia; e outra parteque tem três pias, espelhos e banheira. Meu quarto não é enorme, mas não é pequeno, tem duas janelas e uma tem vista para o pátio interno da faculdade. Sim, moro numa das residências da universidade. É um espetáculo: levo 10 minutos do meu quarto até a sala de aula. Isso se o elevador demorar. Moro há dez quadras do Central Park, entre o Upper West Side e o Harlem. Tem estações de metrô aqui perto e farmácias, vários supermercados, delis, de tudo!
Estou no departamento de Matemática, Ciências e Tecnologia do Teachers College e meu nome, sobrenome e nome do meio nestas últimas semanas tem sido: estudo. Tenho lido horrores e tenho pouco tempo para qualquer outra coisa. Além das várias leituras, tem os trabalhos para entregar. E tenho que lidar com as coisas da vida, como burocracias de quem recém mudou de casa, cidade, país. Apesar das burocracias, não posso reclamar de nada, tudo tem fluido super bem, as meninas do apartamento são legais, já estou equipada com coisas de cozinha, e cozinhando, já tenho tv, celular, impressora e várias outras coisinhas pra casa, tenho o "cpf" daqui, conta em banco, cartão de fidelidade de supermercado (praticamente um bomclube!) etc.
Os dias têm sido bons, quentes, sol. Apesar de umas chuvinhas nums dias. Desde ontem começou a esfriar, incrível como o outono se faz presente. Até então eu estava só de havaianas, blusas de alcinhas, vestidos...
Ah, sim, além dos estudos e das burocracias, tem as atividades sociais, e são muitas! Tenho tentado evitá-las. Pelo menos agora pararam as orientações e as boas-vindas (ontem teve a última, mas eu não fui). Eu nunca fui tão orientada em toda minha vida. Primeiro foram os quatro dias de orientação em Miami. Depois teve orientação aqui para novos alunos. Depois orientação para novos alunos internacionais. Orientação para novos residentes. Orientação para novos alunos do Departamento... e na mesma linha, as boas-vindas! Isso só considerando as atividades da universidade, fora as da Fulbright. O escritório geral da Fulbright nos Estados Unidos é... adivinha onde... claro, em Nova Iorque! Já fui lá algumas vezes, é um prédio beeem bacana, em frente às Nações Unidas. Fica no quarteirão das Nações Unidas.
Desde o final de semana passado eu tenho televisão e então comecei a assistir os programas de tv estadunidenses. Por Deus! Tem cada coisa. Legal que tem coisas bem estilo Márcia. Eu amo, né? E CSI? E Law and Order? Ai, que delícia. Acordo todos os dias com a tv despertando, na CBS, vejo as notícias do dia. A qualidade jornalística aqui não é lá tão melhor do que a nossa, acreditem!
Ainda não entrei na fase de ler o NY Times diariamente, mas volta e meia dou uma olhada. A única coisa que faço diariamente, chova ou faça sol é falar com o Samuel. Viva a tecnologia Voip. Fizemos um negócio que por seis reais por mês ele pode me ligar ilimitadamente, pro telefone de casa ou pro celular. É uma maravilha.
Outra maravilha é a Ikea. Já fui duas vezes, e em promoção. Fui na Target também, e no Sam's club. Minha geladeira está abastecida até a próxima geração (tri exagerada, ahahah). Outra coisa legal que aconteceu aqui do ladinho foi o debate entre o Obama e o McCain. Sim, foi aqui na universidade! E eu estava em aula. Quando saí da aula o debate ainda não tinha acabado, eu fui lá, mas estava tão cheio o local que eu fui para a biblioteca, imprimir umas coisas. Mas mesmo dentro da biblioteca dava para ouvir o pessoal lá fora apaludindo, rindo etc. Foi no dia 11 de setembro. Tenha medo!
(gatinha sem boca, porquinho cofrinho que ganhei no banco e viadinho para eu não esquecer...) Por ora é isso, vou comer alguma coisa agora e depois vou para a aula. E vou tentar escrever mais vezes no blog, e textos menores.
Eu não estava pensando em ir ao Brasil tão cedo, mas hoje até dei uma olhada nas passagens aéreas. Eu até poderia passar o ano novo aí. Por mil e duzentos dólares (com taxas, ida a volta). Sei não, sei não.