segunda-feira, julho 18, 2005

Lost in translation




Perdão, Sofia, eu juro que tentei ver teu filme. Eu até acredito que ele deva ser ótimo, mas após duas tentativas frustradas de vê-lo, desisto. Pelo menos temporariamente. Talvez agora, na casa de mamãe, eu volte a tentar. Mas tenho que confessar: não, não conseguir ficar awake.

Bem, as tentativas sucessivas foram na quarta e na quinta-feira, à noite. Aliás, na quarta-feira à tarde eu fiz a mais irresponsável das coisas: fui à praia. Se fosse ir tomar um banho num dia super quente e ensolarado tudo bem, mas não, estava até meio nublado. Eu. cheia de coisas para fazer durante a tarde, fui para Stella Maris. Ok, conheci mais um pedacinho de Salvador, mas só peguei vento. Tudo bem que foi rapidinho, só tomou duas horas do meu dia, mesmo assim, quando se está cheia de coisas para fazer fica-se com um brutal sentimento de culpa.

No trabalho, quinta-feira, as coisas ficaram pesadas, um aluno reagiu muito mal ao saber que seria reprovado. Lamentável. O menino bradava, ameaçava... à noite jantei numa pizzaria, rodízio, comi até quase explodir. Uma vergonha. Teria sido uma vergonha menor se no dia seguinte eu não tivesse voltado lá, para almoçar. Shame on me, shame on me. Mas estava tri bom.

Sábado e domingo foram de clausura, estudos e limpeza de casa. Lavei chão, banheiro, vaso, cesto de lixo, box... todas essas coisas nojentinhas, roupas, louça... todas essas coisas necessárias.

Consegui terminar a primeira versão do tal artigo para Bauru. Mandei para minha orientadora... nem quero ver todas as mudanças que ela me irá mandar fazer. :-(
Eu não tenho talento pra estas coisas, sinceramente. Eu queria ser destas pessoinhas que sentam a bunda à frente do micro e fazem coisas maravilhosas em algumas horas, ou poucos dias. Eu não. É sofrido. E pra sair alguma coisa mais ou menos.

Ontem me deu uma vontade tremenda de parar tudo e voltar para a graduação. Definitivamente graduação, por mais mala que seja, tem suas vantagens. A gente vai lá, faz umas cadeirinhas, se mata estudando, e pronto. Não tem que ler 5 livros para escrever um parágrafo. Na graduação dá para falar qualquer merda que ninguém te pede a referência. Na graduação podemos ser mais criativos, até. Eu acho. Tudo o que eu penso eu tenho que ficar procurando quem vai me autorizar a dizê-lo. Saco. Não, definitivamente, eu não tenho talento pra isso. Mas tenho talento pra quê?

Será que tenho algum talento? Sério, sem drama.

Acho que vou para o ramo de turismo, eu tenho talento para viajar e me divertir. Será que isso conta?

Tá, deixa eu ir que tenho mundos de coisas para fazer... hoje acordei às 6h30, decidi que tomaria café de hotel, fui na padaria, comprei pão, iogurte, banana, vim, fiz suco, ovos, café... ainda tenho que ir pagar o aluguel, fechar a papelada toda da universidade (dos alunos), ler mais umas monografias (dos alunos), almoçar, reunião às 14h... ai, ai... e já são 9h. O dia voa.


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